Egito recebe conferência humanitária sobre Faixa de Gaza
Governo italiano defende apoio à população civil
O Egito recebe nesta segunda-feira (2) uma Conferência Ministerial para encontrar soluções duradouras para a crise humanitária que atinge a Faixa de Gaza, em meio ao aumento do conflito entre Israel e grupo fundamentalista islâmico Hamas no Oriente Médio.
A iniciativa conta com os chefes da diplomacia de "17 países", incluindo "Jordânia, Arábia Saudita, Catar, Kuwait, Bahrein, Iraque, Líbano, Tunísia, Palestina, França, Itália e Brasil, bem como "representantes de alto nível de organizações internacionais". Os Estados Unidos, o aliado mais próximo de Israel, estão ausentes.
Segundo o jornal Al Ahram, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, pediu para os participantes formularem compromissos financeiros concretos e alertou que o alívio imediato é crucial para evitar um agravamento da catástrofe humanitária no enclave palestino.
Em seu pronunciamento, o chanceler egípcio destaca que seu país está pronto para facilitar a entrada diária de grandes comboios de ajuda na sitiada Faixa de Gaza, desde que a situação no terreno garanta a entrega segura de suprimentos e a proteção das agências de ajuda humanitária.
"Reiteramos a prioridade urgente de uma retirada imediata de Israel do lado palestino da passagem de Rafah, bem como do Corredor de Filadélfia", acrescentou.
De acordo com ele, "o que é necessário agora, e com urgência, é uma posição decisiva para implementar as resoluções das Nações Unidas e as ordens do Tribunal Internacional de Justiça que apelam a um cessar-fogo imediato".
Para o vice-premiê e chanceler da Itália, Antonio Tajani, o objetivo da conferência no Cairo é "encontrar uma forma de apoiar a população civil em Gaza com um acordo internacional" e a "Itália deu a sua máxima disponibilidade".
"Já fizemos, estamos fazendo. Existe um projeto chamado 'Food for Gaza', apreciado por todos", acrescentou o ministro, informando que na conferência o interesse na ação também foi "reafirmado" pelo "primeiro-ministro do Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mohamed Mustafa".
Por sua vez, uma declaração da União Europeia pediu para "fortalecer a resposta humanitária em Gaza". Os países do bloco fazem um "apelo para garantir o acesso seguro e desobstruído a bens e pessoal humanitário" à Faixa, "pela abertura de todas as rotas de acesso à ajuda internacional e às importações comerciais à sua capacidade máxima, e por ações urgentes para restaurar a ordem e impedir o saque da ajuda".
"A UE também reitera o seu apoio ao sistema das Nações Unidas, incluindo o papel insubstituível da Unrwa", acrescentou.
A declaração afirma que "a União Europeia está profundamente preocupada com a catastrófica crise humanitária em Gaza, que afeta a vida de todos os habitantes da Faixa em todos os aspectos, desde a alimentação à habitação, da educação aos cuidados de saúde".
"A UE mobilizou mais de 300 milhões de euros e todos os instrumentos humanitários ao seu dispor para aliviar o sofrimento dos palestinos. Foram organizados mais de 60 voos de transporte aéreo humanitário para prestar assistência crucial", recorda, alertando que "todos estes esforços, no entanto, exigem condições favoráveis para ser verdadeiramente bem sucedido".
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