Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Em brutal guerra étnica na Índia, mulheres são participantes e vítimas da violência

8 ago 2023 - 12h49
Compartilhar
Exibir comentários

Na violência que assola o Estado indiano de Manipur, as mulheres têm sido vítimas de ataques brutais. No entanto, moradores e oficiais de segurança dizem que elas também estão na linha de frente do conflito, pegando em armas, bloqueando tropas e, de acordo com denúncias da polícia, instigando agressões sexuais.

Os Estados do nordeste da Índia têm sido historicamente propensos a insurgências e violência étnica, mas o conflito violento entre a maioria de meiteis e a minoria de kukis em Manipur chegou às manchetes mundiais no mês passado, quando um vídeo veio à tona de duas mulheres kukis desfilando nuas em meio a uma multidão. Em uma queixa policial analisada pela Reuters, uma das mulheres disse que foi estuprada e seu pai e irmão mortos.

Os kukis dizem que um grupo vagamente formado de mulheres meiteis, conhecidas como Meira Paibis, ou "Mulheres Portadoras de Tochas", é responsável por instigar alguns dos estupros de mulheres da comunidade minoritária. Os meiteis negam a acusação, mas os incidentes destacam a amargura entre as comunidades no pequeno Estado na fronteira com Mianmar.

A Suprema Corte da Índia anunciou nesta semana que irá monitorar as investigações de casos de violência sexual na região.

O Parlamento iniciou o debate de uma moção de desconfiança nesta terça-feira contra a gestão do primeiro-ministro Narendra Modi por ser incapaz de controlar a violência, embora não haja ameaça a seu governo.

O chefe da polícia de Manipur, Rajiv Singh, e outras autoridades da polícia não responderam a vários pedidos de comentários sobre os casos de violência sexual.

Desde o início dos combates, em maio, pelo menos 180 pessoas, incluindo 21 mulheres, foram mortas e dezenas de milhares ficaram desabrigadas, segundo dados do governo.

As forças de segurança dizem que as mulheres também bloqueiam as operações de manutenção da paz, aproveitando-se das leis que impedem os soldados masculinos de qualquer confronto físico com as mulheres. Elas também ocupam bunkers nas linhas de frente com rifles na mão.

Em um caso de agressão sexual, uma mulher da tribo Kuki de 19 anos disse à Reuters que foi estuprada perto da capital do Estado, Imphal, em 15 de maio, por três homens depois de ser levada a um grupo de Meira Paibis e espancada na presença delas.

"Uma das mulheres deu instruções claras a quatro homens para me matar", disse ela em uma queixa policial registrada em 21 de julho, que a Reuters analisou. Ela escapou e disse que estava com muito medo de registrar a ocorrência antes.

Moirangthen Thoibi Devi, membro da Meira Paibis na cidade de Moirang, perto de Imphal, disse que as sugestões de que qualquer mulher meitei poderia instigar ou mesmo apoiar atos de violência sexual eram completamente "falsas".

"Meira Paibis não diferencia entre kuki e meitei", disse ela, falando ao lado de um grupo de outras mulheres meiteis. "As mães kukis também sofrem, as mães meiteis também sofrem."

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade