Em carta a Bolsonaro, primeiro-ministro de Israel critica Lula
Netanyahu afirmou que o presidente brasileiro realizou "acusações ultrajantes" contra a ação do exército israelense em Gaza
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, enviou uma carta ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o convidando para visitar o país. Em meio ao conflito envolvendo Israel na Faixa de Gaza, Netanyahu redigiu um documento em que também faz críticas à Lula.
No decorrer da carta, Netanyahu afirmou que o atual presidente brasileiro realizou "acusações ultrajantes" contra a ação do exército israelense em Gaza. O documento não cita o nome de Lula.
As críticas feitas pelo primeiro-ministro se referem ao discurso em que Lula comparou a morte de milhares de civis palestinos com o Holocausto da Segunda Guerra Mundial.
O documento está escrito em inglês e foi enviado a Bolsonaro no dia 26 de fevereiro, um dia depois da participação do ex-presidente em ato na Avenida Paulista, em São Paulo. Durante a manifestação, diversos apoiadores de Bolsonaro carregavam a bandeira de Israel e ele próprio subiu em um trio elétrico segurando a bandeira.
"Ainda ontem (25/2), você demonstrou sua solidariedade ao povo e ao Estado de Israel, agitando orgulhosamente a bandeira israelense num comício em São Paulo. Esta foi uma rejeição clara e moralmente sólida às acusações ultrajantes de seu sucessor contra as operações das FDI (Forças de Defesa de Israel) em Gaza", escreveu Netanyahu.
Ainda, o primeiro-ministro afirma na carta que a relação entre Brasil e Israel atingiu "novos patamares" durante o governo Bolsonaro, sugerindo aproximação entre os países. "Sua amizade é ainda mais importante em tempos de crise e de guerra e, portanto, convido você e sua família a visitar Israel para demonstrar sua solidariedade ao povo de Israel", afirmou.
Solicitação ao STF
Bolsonaro, através de seus advogados, afirmou à CNN que o pedido de viagem à Israel foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque no dia 8 de fevereiro, a Polícia Federal (PF) apreendeu seu passaporte em investigação do envolvimento do ex-presidente em tentativa de golpe de Estado
Segundo advogados, a petição enviada ao STF constará com dia de ida e volta, além do roteiro de viagem de Bolsonaro. O ex-presidente pretende visitar famílias de reféns, os locais dos ataques do Hamas em 7 de outubro e os túneis construídos pela organização terrorista.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini