Em contraste com Trump, Biden promete a aliados dos EUA parceria que não seja transacional
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estabeleceu nesta sexta-feira um forte contraste com a política externa de seu antecessor muito criticado, Donald Trump, prometendo acabar com a diplomacia transacional e promover a democracia sobre as autocracias.
O presidente democrata, que tomou posse há um mês, utilizou sua primeira grande aparição em âmbito global - uma "visita virtual" à Europa - para tentar restabelecer os Estados Unidos como um participante multilateral após quatro anos da políticas desagregadoras de "America First" perseguidas por Trump.
Em um discurso remoto na Conferência de Segurança de Munique, Biden traçou uma diferença marcante com a política externa mais transacional praticada por Trump, que irritou aliados ao romper acordos globais e ameaçar encerrar a assistência de defesa a menos que eles seguissem sua linha.
"Nossas parcerias têm durado e crescido ao longo dos anos porque estão enraizadas na riqueza de nossos valores democráticos compartilhados. Não são transacionais. Não são extrativistas. Elas são construídas sobre uma visão do futuro onde cada voz é importante", disse ele.
"Eu sei, eu sei que os últimos anos de tensão testaram nosso relacionamento transatlântico, mas os Estados Unidos estão determinados - determinados a se reencontrarem com a Europa", completou.
Biden disse aos aliados dos EUA que eles devem se manter firmes contra os desafios colocados pela China, Rússia e Irã, mencionando que o Moscou está tentando enfraquecer a aliança transatlântica e pedindo uma frente unida para combater o que ele chamou de práticas econômicas abusivas da China.
Biden chegou distribuindo presentes - uma promessa de 4 bilhões de dólares de apoio aos esforços globais de vacinação contra o coronavírus, a reentrada do país no acordo climático de Paris e a perspectiva de uma medida de gastos em torno de 2 trilhões de dólares, que poderia impulsionar as economias dos EUA e do mundo.
Pela primeira vez, Biden encontrou-se com líderes do G7 do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão por videoconferência nesta sexta-feira. Ele planeja acompanhar as nações em uma cúpula presencial organizada pelo Reino Unido neste verão, afirmou uma autoridade a repórteres.