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Mundo

Em Cuba, papa alerta contra 'ideologias' e 'projetos sedutores'

20 set 2015 - 21h23
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No segundo dia de sua visita a Cuba, o papa Francisco fez discursos com mensagens políticas e alertou sobre os riscos ligados às mudanças em curso na ilha.

Foto: Reuters

Neste domingo, durante a missa que celebrou na Praça da Revolução, o pontífice defendeu a importância de servir e disse que "o serviço nunca é ideológico, dado que não servimos a ideias, mas a pessoas".

Cuba é governada desde 1959 por um regime que se define como socialista. Cerca de 300 mil pessoas acompanhavam a missa, segundo informações oficiais.

Francisco afirmou que servir significa "cuidar da fragilidade". "A importância de um povo, de uma nação, de uma pessoa sempre se baseia no modo como serve à fragilidade dos seus irmãos."

"Quem não vive para servir não serve para viver", disse o papa.

Francisco elogiou o povo cubano, que, segundo ele, "apesar das feridas que tem como qualquer povo, sabe abrir os braços, caminhar com esperança, porque se sente chamado para a grandeza".

Mas ele os alertou para projetos "que possam parecer sedutores e os façam se desinteressar do rosto de quem está a seu lado".

A mensagem parece se referir às transformações econômicas em curso em Cuba. Nos últimos anos, o governo vem lentamente reduzindo as restrições a negócios privados e cortejando investidores estrangeiros.

No mesmo evento, o arcebispo de Havana, Jaime Ortega Alamino, se referiu diretamente ao tema: "Que as mudanças socieconômicas iniciadas, que agora parecem se aprofundar, não nos levem, como povo, a deixar para trás o alcançado em favor da equidade entre todos os filhos desta terra".

Alamino alertou contra o consumismo e "a adoração ao Deus dinheiro".

'Momento crucial'

Em discurso depois da missa, Francisco se referiu ao conflito armado na Colômbia.

Cuba participa dos diálogos de paz entre o governo colombiano e a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), iniciados em 2012 em Havana.

"Por favor, não temos o direito de nos permitir mais um fracasso nesse caminho de paz e reconciliação", afirmou o pontífice.

Segundo ele, as negociações estão num momento "crucial".

Após o evento na Praça da Revolução, Francisco se reuniu com o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, por meia hora.

O Vaticano diz que os dois tiveram uma conversa informal, diante de filhos e netos de Fidel. O cubano presenteou o papa com um livro de entrevistas que concedeu ao teólogo brasileiro Frei Betto.

Francisco visitou em seguida o palácio presidencial, onde se encontrou com o presidente Raúl Castro.

Ao longo de todo o dia, ele esteve sorridente, embora caminhasse com alguma dificuldade.

Na segunda-feira, o pontífice viaja para Holguín e encerra o dia em Santiago de Cuba, segunda maior cidade cubana.

A visita se encerra na terça-feira, quando Francisco viaja para os Estados Unidos.

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