Em discurso na ONU, Donald Trump ataca Irã e China
Republicano também abordou temas como a crise migratória, a saída do Reino Unido da União Europeia, além da Coreia do Norte e Venezuela
Em seu discurso na 74ª Assembleia das Nações Unidas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a China de quebrar promessas à comunidade internacional de se adaptar a regras de mercado após sua admissão na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo o republicano, a entrada da China na OMC ocorreu em 2001, como uma maneira de obrigar os asiáticos de liberarem a economia e seguir os padrões, mas isso não ocorreu. "Essa teoria foi testada e está errada. A China não adotou reformas", afirmou.
"A China não apenas se recusou a adotar reformas prometidas, como adotou um modelo econômico, dependente de enormes barreiras de mercado, pesados subsídios estatais, manipulação da moeda, dumping de produtos, transferências forçadas de tecnologia e roubo de propriedade intelectual e também segredos comerciais em grande escala", acrescentou o republicano. De acordo com o magnata, cerca de 60 mil fábricas foram fechadas no país desde que os chineses começaram a compor a OMC. Desta forma, Trump defendeu "reformas drásticas" no órgão e advertiu que já acabou o tempo de tolerar os "abusos comerciais" de Pequim.
Para ele, a segunda maior economia do mundo não deve ser considerada um país em desenvolvimento. Durante seu discurso, o chefe de Estado norte-americano pediu para a China proteger "meios democráticos de vida" em Hong Kong, em meio aos protestos realizados no território. Trump ainda defendeu que os "globalistas" jamais vão triunfar e ressaltou que o "futuro pertence à soberania e às nações independentes eu protegem seus cidadãos, respeitam seus vizinhos e honram as diferenças que tornam cada país especial e único".
O republicano também abordou temas polêmicos como o Irã, a crise migratória, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), além da Coreia do Norte, Venezuela, aborto e política de armas. O direito das mulheres e LGBTQ também foi defendido. No entanto, não citou as mudanças climáticas e luta contra o aquecimento global. Em relação ao Irã, ele ressaltou que este regime é uma "das maiores ameaças à segurança enfrentadas pelos países que amam a paz" e pediu para as nações não "subsidiarem a sede de sangue do Irã".
"O registro de morte e destruição do regime é bem conhecido por todos nós", afirmou Trump, acrescentando que o governo do Irã "está desperdiçando a riqueza e o futuro da nação em uma busca fanática por armas nucleares e os meios para entrega-las". "Nenhuma nação deve subsidiar a sede de sangue do Irã", completou.
O presidente dos Estados Unidos mencionou especificamente os ataques contra a petroleira saudita, dizendo que seu governo impôs "o mais alto nível de sanções ao Banco Central e ao fundo soberano do Irã" em resposta. "Enquanto o comportamento ameaçador do Irã continuar, as sanções serão reforçadas", disse.
Em um tom neutro, Trump também pediu à Coreia do Norte que encerre sua busca por uma arma nuclear. "Os Estados Unidos sabem que, embora alguém possa fazer guerra, os únicos mais corajosos podem escolher a paz pela mesma razão pela qual buscamos uma diplomacia ousada na península coreana", alertou. "Eu disse a Kim Jong-um, que realmente acredito que, como o Irã, seu país está cheio de potencial inexplorado".
Brexit
Ao falar sobre o Brexit, Trump afirmou estar trabalhando em estreita colaboração com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, em um novo acordo comercial para depois do divórcio. "Enquanto o Reino Unido se prepara para sair da União Europeia (UE), deixei claro que estamos prontos para concluir um novo e excepcional acordo comercial com o Reino Unido, que trará enormes benefícios para ambos os países", afirmou. Trump classificou o tratado entre ele e o premier britânico de "magnífico". A declaração é dada horas depois do Supremo Tribunal do Reino Unido decidir que o Johnson suspendeu o Parlamento britânico ilegalmente. A decisão histórica foi unânime e um golpe para o premier.
Migrantes
Em seu discurso na ONU, o presidente dos Estados Unidos condenou as políticas de fronteira aberta como "cruéis e más" e disse que todas as nações têm o "direito absoluto" de proteger suas divisões. Ele disse que minar a segurança nas fronteiras está minando os direitos humanos e a dignidade". "Hoje, tenho uma mensagem para os ativistas de fronteira aberta, que se escondem na retórica da justiça social: suas política não são justas. Suas políticas são cruéis e más". Trump dirigiu-se a qualquer pessoa que atravesse a fronteira ilegalmente.
"Se você chegar aqui, não poderá entrar. Você será prontamente retornará para casa. Você não será libertado em nosso país.
Desde que eu seja presidente dos Estados Unidos, cumpriremos nossas leis e protegeremos nossas fronteiras".
Ataque contra Maduro
Trump chamou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de "fantoche de Cuba" e disse que está comprometido a apoiar os cidadãos oprimidos, como os que vivem na Cuba Nicarágua e Venezuela. O sucessor de Barack Obama ainda lembrou que os EUA não reconhecem mais a autoridade do líder chavista.
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