Em evento conservador nos EUA, Trump manda 'olá' para Bolsonaro
Bolsonaro não participou do evento porque seu passaporte está retido, sendo proibido de viajar ao exterior
Durante um evento que reúne lideranças e personalidades de movimentos conservadores de todo o mundo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudou o ex-presidente Jair Bolsonaro neste sábado, 22, em Washington D.C.
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Trump participou do encontro anual do Conservative Political Action Conference (Conferência de Ação Política Conservadora, em português), que começou na última quarta-feira, 19, e termina neste sábado.
Durante seu discurso, Trump mencionou a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que se levantou da plateia e foi aplaudido pelos presentes.
"E um amigo meu, Eduardo Bolsonaro, do Brasil, da Câmara de Deputados. Mande 'ólá' para o seu pai. Grande família. Grande homem e grande família", disse o presidente dos EUA.
Bolsonaro não participou do evento porque seu passaporte está retido. Por conta disso, ele está proibido de viajar ao exterior.
A medida está em vigor desde fevereiro de 2023 e faz parte da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado depois das eleições de 2022.
Bolsonaro denunciado pela PGR
O ex-presidente Jair Bolsonado (PL) foi denunciado na última terça-feira, 18, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.
Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que o ex-presidente "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam". Também alegou ter recebido com "estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República"
Ao todo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ofereceu denúncia contra 34 pessoas acusadas de "estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito".
Os denunciados são acusados dos seguintes crimes:
- organização criminosa armada;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;
- deterioração de patrimônio tombado.
"As peças acusatórias baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o esquema de ruptura da ordem democrática. E descrevem, de forma pormenorizada, a trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas", informa a PGR.
Ainda segundo a Procuradoria-Geral da República, a organização tinha como líderes o então presidente da República e o seu candidato a vice-presidente. "Aliados a outras pessoas, dentre civis e militares, eles tentaram impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido".
A denúncia foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) a partir de uma investigação da Polícia Federal (PF) que apontou Bolsonaro como líder de uma organização criminosa que atuou para abolir o Estado Democrático de Direito.
O objetivo, segundo o relatório, era estabelecer uma "falsa realidade de fraude eleitoral" para que sua derrota não fosse interpretada como um acaso e servir de "fundamento para os atos que se sucederam após a derrota do então candidato Jair Bolsonaro no pleito de 2022".
A investigação aponta ainda que a o ex-presidente tinha conhecimento de um plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.