Em mudança significativa na Polônia, novo governo toma posse
O governo do novo primeiro-ministro Donald Tusk foi empossado pelo presidente da Polônia nesta quarta-feira, a etapa final de uma transferência de poder que marca uma grande mudança após oito anos de governo nacionalista.
Depois de anos de disputas entre Varsóvia e Bruxelas durante o governo anterior, liderado pelo partido Lei e Justiça (PiS), a nomeação de Tusk aumentou as esperanças de relações mais tranquilas com o restante da União Europeia.
Em um discurso no Parlamento na terça-feira, o político de centro Tusk, que como presidente do Conselho Europeu de 2014 a 2019 presidiu cúpulas de líderes da UE, prometeu garantir bilhões de euros para a Polônia que foram congelados pela UE devido a preocupações com o estado de direito.
Sua tarefa pode ser complicada por juízes nomeados sob as reformas do PiS que, segundo os críticos, minaram a independência dos tribunais, e pelo poder de vetar leis do presidente Andrzej Duda, um aliado do PiS.
Duda já havia falado anteriormente em termos altamente críticos sobre Tusk, mas nesta quarta-feira ele adotou um tom conciliatório após a cerimônia de posse.
"Por favor, saibam que estou aberto à cooperação", disse ele. "Viemos de campos políticos diferentes, mas entendo que em questões importantes, como a segurança, podemos chegar a um entendimento."
Tusk, de 66 anos, afirmou que seu governo se concentraria em restaurar o estado de direito e o respeito à constituição, e seu governo considera Duda parcialmente responsável pelas reformas que, segundo ele, prejudicaram a independência judicial.
"A fidelidade às disposições da constituição será a marca registrada do nosso governo", disse Tusk, acrescentando que acredita que o desejo dos eleitores de ver o estado de direito restabelecido estava por trás do comparecimento recorde às eleições de 15 de outubro.
O PiS ficou em primeiro lugar nas eleições, mas não tinha a maioria necessária para formar um governo, abrindo caminho para Tusk formar um governo que obteve a aprovação do Parlamento na terça-feira.