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Emissões atingem novo recorde e deixam mundo a caminho de mudança climática extrema, diz ONU

9 dez 2020 - 11h57
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As emissões de gases de efeito estufa atingiram um novo recorde no ano passado, colocando o mundo no caminho para um aumento médio de temperatura de 3 graus Celsius, revelou um relatório da ONU nesta quarta-feira.

Fumaça sai de chaminés de fábrica em área industrial em Kawasaki, no Japão
16/01/2017 REUTERS/Toru Hanai
Fumaça sai de chaminés de fábrica em área industrial em Kawasaki, no Japão 16/01/2017 REUTERS/Toru Hanai
Foto: Reuters

O relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) - o mais recente a sugerir que o mundo está caminhando para mudanças climáticas extremas - ocorre após um ano de extremos climáticos preocupantes, incluindo rápida perda de gelo no Ártico, ondas de calor recordes e incêndios florestais na Sibéria e nos Estados Unidos.

Na segunda-feira, pesquisadores do europeu Copernicus Climate Change Service disseram que o mês passado foi o novembro mais quente já registrado.

"O ano de 2020 está prestes a ser um dos mais quentes já registrados, enquanto incêndios florestais, tempestades e secas continuam causando estragos", disse o diretor executivo do PNUMA, Inger Andersen.

O relatório anual sobre emissões mede a lacuna entre as emissões previstas e aquelas consistentes com a limitação do aumento da temperatura global neste século, conforme acertado no Acordo de Paris de 2015.

Sob o pacto climático global, os países se comprometeram com uma meta de longo prazo de limitar o aumento médio da temperatura para abaixo de 2 graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais e buscar esforços para limitá-la ainda mais, a 1,5°C.

As emissões, no entanto, cresceram em média 1,4% ao ano desde 2010, com uma elevação mais acentuada de 2,6% no ano passado devido, em parte, a um grande aumento nos incêndios florestais.

As emissões totais de 2019 de dióxido de carbono equivalente (GtCO2e) atingiram um novo recorde de 59,1 gigatoneladas.

Este ano, houve uma queda temporária nas emissões à medida que as economias desaceleraram em função da pandemia de coronavírus.

A queda de viagens, atividade industrial e geração de eletricidade provavelmente resultará em uma redução de 7% nas emissões, segundo o relatório. Isso se traduz em apenas uma redução de 0,01°C no aquecimento global até 2050.

O investimento verde sob os pacotes de estímulo dos governos para tirar as economias da crise induzida pela pandemia poderia cortar em até 25% as emissões previstas em 2030.

Esses pacotes poderiam colocar as emissões em 2030 em 44 GtCO2e - dentro da faixa que dá uma chance de 66% de manter a temperatura abaixo de 2°C, mas ainda insuficiente para atingir a meta de 1,5°C.

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