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Empresas de maconha dos EUA preveem queda de investimentos por mudanças na legislação

5 jan 2018 - 08h05
(atualizado às 08h23)
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Empresas dos Estados Unidos que comercializam derivados de maconha disseram estar se preparando para uma queda nos investimentos devido a uma diretiva emitida pelo Departamento de Justiça, na quinta-feira, que permitirá a aplicação de leis federais contra a erva em Estados que legalizaram a droga.

Maconha é vista à venda em feira em Los Angeles, Estados Unidos 11/07/2014 REUTERS/David McNew
Maconha é vista à venda em feira em Los Angeles, Estados Unidos 11/07/2014 REUTERS/David McNew
Foto: Reuters

O secretário de Justiça norte-americano, Jeff Sessions, anunciou que o departamento está revogando uma política da época do ex-presidente Barack Obama que abrandou o cumprimento de leis federais contra a maconha em meio a uma onda de legalizações em Estados como Alasca e Pensilvânia.

"No curto prazo, esta notícia afugentará ainda mais os investidores, o que por sua vez freará o empreendedorismo de cannabis", disse Nicolas Ruiz, cofundador da Cloudponics, uma startup de San Francisco que cria tecnologias que podem ser usadas no cultivo da maconha.A legalização da maconha deu ensejo a novos negócios, que vão de plantadores a varejistas, serviços de entrega, fornecedores de suprimentos e startups de tecnologias que servem à indústria.

Os parlamentares de Estados norte-americanos que legalizaram a planta, entre eles Califórnia e Colorado, criticaram a diretiva, prometendo aplicar suas próprias leis e proteger a florescente indústria de cannabis."Na Califórnia, decidimos que era melhor regulamentar, não criminalizar, a cannabis", disse o procurador-geral estadual, Xavier Becerra. "Ao contrário de outros, nós acolhemos, não tememos, a mudança".A mudança na política surge meros três dias depois de a Califórnia inaugurar o maior mercado comercial regulamentado para a maconha com fins recreativos.O financiamento para startups de maconha disparou desde a legalização do uso de maconha recreativa no Colorado em 2014. Desde então, a indústria recebeu quase 1,3 bilhão de dólares em financiamento, mais de 600 milhões só em 2017, de acordo com a empresa de pesquisa CB Insights."Embora não esteja claro se esta diretiva impactará diretamente o próprio financiamento de cannabis, demonstra que o espaço ainda é muito incerto do ponto de vista regulatório", explicou Nikhil Krishnan, analista sênior de inteligência da CB Insights. "Só esta incerteza já deixa muitos investidores desconfiados, e pode prejudicar uma empresa que opera nesse espaço".Mas investidores e empreendedores apontam para o ímpeto atual da indústria como razão para continuarem otimistas a respeito das perspectivas do setor, e Jonathan Rubin, diretor-executivo da New Leaf Data Services de Stamford, no Connecticut, prevê uma reação de eleitores, pacientes e políticos.

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