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Encurralado pelo Parlamento, premiê britânico insiste em Brexit no prazo

10 set 2019 - 14h23
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O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, provavelmente fará o próximo movimento no tabuleiro de xadrez da separação britânica da União Europeia com a mesma prepotência a que seu principal assessor, Dominic Cummings, deve sua reputação.

Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e seu assessor especial Dominic Cummings em Downing Street
03/09/2019
REUTERS/Henry Nicholls
Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e seu assessor especial Dominic Cummings em Downing Street 03/09/2019 REUTERS/Henry Nicholls
Foto: Reuters

Desde que Johnson assumiu o cargo, em julho, a crise do Brexit só se agravou, deixando investidores e aliados pasmos com uma série de decisões que diplomatas comparam com o estilo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Johnson disse nesta terça-feira que não pedirá uma prorrogação do Brexit, horas depois de entrar em vigor uma lei que exige que ele adie a saída até 2020 a menos que firme um acordo de separação. Antes de ser suspenso, o Parlamento recusou uma proposta de Johnson por uma eleição antecipada.

Cummings, um dos idealizadores da campanha do Brexit que é retratado por diversos adversários como um anarquista, o Rasputin britânico ou um vândalo político, mostrava serenidade nesta terça-feira, mesmo estando no meio do turbilhão do Brexit.

Quando indagado qual será sua próxima manobra para a desfiliação, Cummings disse à Reuters: "Vocês deviam sair de Londres e ir conversar com as pessoas que não são ricas do 'ficar'".

Questionado se o país romperá com o bloco no dia 31 de outubro, o ex-aluno de Oxford, de 47 anos, disse: "Com certeza".

Se existe uma grande estratégia, a próxima manobra de Johnson moldará o futuro da quinta maior economia do mundo. Está em jogo o destino da empreitada do Brexit, que os dois lados dizem ser a decisão mais significativa do Reino Unido desde a Segunda Guerra Mundial.

Mas o tabuleiro de xadrez tem várias dimensões: Johnson precisa considerar a ausência de qualquer maioria no Parlamento e a ameaça eleitoral do Partido do Brexit, de Nigel Farage, que aumenta se a ruptura for adiada.

No fim das contas, o premiê tem cinco escolhas: fechar e sancionar um acordo com a UE em 50 dias; renegar suas promessas de deixar o bloco em 31 de outubro; driblar a lei de alguma maneira; renunciar para deixar outro líder pedir um adiamento, ou convocar uma eleição.

Enquanto os mercados de libra esterlina oscilam diante dos desfechos diferentes do Brexit, Johnson diz que conseguirá um acordo na cúpula de 17 e 18 de outubro com a UE.

Como sobrou tão pouco tempo, qualquer pacto seria, na prática, uma versão modificada do Acordo de Retirada que sua antecessora, Theresa May, acertou em novembro, e que foi rejeitado pelo Parlamento britânico.

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