"Nunca desista", diz primeira negra africana a escalar Everest
Sua primeira tentativa no Everest, em 2014, foi abortada quando uma avalanche matou 16 guias sherpa
A primeira africana negra a escalar o Monte Everest incentivou alpinistas de toda a África a "nunca desistirem" de seus sonhos, nesta quinta-feira, ao se impor o novo desafio de subir os picos mais altos de sete continentes.
A sul-africana Saray N'kusi Khumalo chegou ao topo da montanha mais alta do mundo, em sua quarta tentativa, na semana passada. As expedições anteriores foram frustradas por ulceração, uma avalanche e um terremoto.
Agora ela almeja se tornar a primeira negra africana a completar os chamados Sete Picos --os mais altos das Américas do Norte e do Sul, da África, da Ásia, da Europa, da Antártica e da Australásia-- e chegar aos Polos Norte e Sul.
Vencer o Evereste significa que Saray já percorreu mais da metade do caminho, já que ela também subiu o Kilimanjaro, na África, o Aconcágua, na América do Sul, e o Monte Elbrus, na Rússia.
Falando à Thomson Reuters Foundation em Katmandu, a executiva de e-commerce, de 47 anos, descreveu sua escalada mais recente como uma "experiência edificante" repleta de desafios, como encontrar patrocinadores e arranjar os fundos e a logística.
Mas ela disse que isso "me deu a confiança de que o resto é possível".
"Levou muito tempo para uma mulher da minha cor pisar no topo do Evereste", disse ela, estimulando outros africanos a seguirem seus sonhos e inspirar gerações futuras.
"Nunca desistam", disse. "Sempre tentem ser melhores do que eram antes".
É um mantra que a própria Saray seguiu. Sua primeira tentativa no Everest, em 2014, foi abortada quando uma avalanche matou 16 guias sherpa, o que levou ao cancelamento da curta temporada de escaladas.
No ano seguinte, um grande terremoto desencadeou outra avalanche que matou 18 pessoas no campo de base do Evereste e forçou Saray e centenas de outros alpinistas a desistirem da subida.
Em 2017, ela teve que voltar quando estava a cerca de 200 metros do topo por causa de uma ulceração.
Mais velha de sete irmãos, Saray cresceu com um amor pela aventura que sua mãe incentivou e gostava de caminhar e acampar - atividades que acabaram encaminhando-a ao montanhismo.