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Enviado dos EUA tem quarto encontro com Putin sem avançar em solução para conflito na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu, nesta sexta-feira (25), no Kremlin, o emissário americano Steve Witkoff, no quarto encontro deles na Rússia desde que as relações entre os dois países foram retomadas, por iniciativa de Donald Trump, para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia. O encontro acontece no mesmo dia em que um general do Estado-Maior do exército russo foi morto perto de Moscou em uma explosão de carro. A Rússia acusa os serviços secretos ucranianos de estarem por trás do atentado.

25 abr 2025 - 14h40
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O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu, nesta sexta-feira (25), no Kremlin, o emissário americano Steve Witkoff, no quarto encontro deles na Rússia desde que as relações entre os dois países foram retomadas, por iniciativa de Donald Trump, para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia. O encontro acontece no mesmo dia em que um general do Estado-Maior do exército russo foi morto perto de Moscou em uma explosão de carro. A Rússia acusa os serviços secretos ucranianos de estarem por trás do atentado.

O presidente russo Vladimir Putin recebe o enviado do presidente dos EUA, Donald Trump, Steve Witkoff, durante uma reunião em Moscou, Rússia, em 25 de abril de 2025.
O presidente russo Vladimir Putin recebe o enviado do presidente dos EUA, Donald Trump, Steve Witkoff, durante uma reunião em Moscou, Rússia, em 25 de abril de 2025.
Foto: © Kristina Kormilitsyna / via Reuters / RFI

O presidente americano tentou conseguir uma trégua entre Rússia e Ucrânia após três anos de enfrentamentos, mas não obteve nenhuma concessão importante por parte de Moscou, apesar das várias rodadas de negociações.

Horas antes, o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que a Rússia está "pronta" para alcançar um acordo, segundo uma entrevista com a rede americana CBS.

"Como está, senhor presidente?", declarou Witkoff, sorrindo, ao apertar a mão de Putin em sua chegada a uma suntuosa sala do Kremlin, segundo um vídeo divulgado pela presidência russa.

"Muito bem, obrigado!", respondeu em inglês o dirigente russo, antes de ir à mesa de negociações ao lado de emissário do Kremlin para as questões econômicas a nível internacional, Kirill Dmitriev. Witkoff e Putin se reuniram três vezes desde meados de fevereiro, quando ambos os países retomaram as relações por iniciativa de Trump.

Atualmente, as negociações estão centradas na questão da península ucraniana da Crimeia, anexada por Moscou em 2014 e que, segundo Trump, permanecerá na Rússia.

"A Crimeia ficará com a Rússia. E (o presidente da Ucrânia, Volodymir) Zelensky entende isso", disse o presidente americano durante uma entrevista à revista Time publicada nesta sexta-feira.

Anteriormente, Trump havia acusado Zelensky de estar bloqueando as conversações ao se negar a reconhecer o território, anexado por Moscou em 2014, como russo.

Trump não está "contente" com os bombardeios

Na Ucrânia, a Rússia continua com sua campanha de bombardeios. Na madrugada de quinta-feira, ataques russos deixaram pelo menos 12 mortos e dezenas de feridos em Kiev, um dos balanços mais importantes na capital ucraniana em meses.

Kiev é alvo, como muitas outras regiões do país, a ataques aéreos russos quase diários desde que Moscou lançou a ofensiva em fevereiro de 2022.

No entanto, Trump culpa Zelensky pelo lento avanço das conversações atuais, embora os últimos bombardeios russos tenham levado o republicano a abandonar o tom conciliador que mantinha nos últimos tempos com Putin.

"Vladimir, pare!', escreveu na quinta-feira Trump em sua rede Truth Social, onde afirmou que "não está contente" com a onda de ataques que chegava, segundo ele, em um "momento muito ruim".

O chefe da Casa Branca também afirmou que os Estados Unidos estão exercendo "uma forte pressão" sobre Moscou para pôr fim ao conflito, e indicou, até mesmo, que o Kremlin faria "uma concessão muito grande" ao aceitar não se apoderar de todo o país.

Exigências  

Depois de seu encontro anterior com Putin no início de abril, Steve Witkoff considerou que o dirigente russo desejava uma "paz duradoura" na Ucrânia. Isso levou Zelensky a acusá-lo de ter "adotado a estratégia russa" e de "divulgar as narrativas" de Moscou.

Kiev e seus aliados europeus acusam Moscou de prolongar as negociações, enquanto o Kremlin continua defendendo publicamente suas exigências: o controle das cinco regiões ucranianas cuja anexação reivindica, que a Ucrânia renuncie a aderir a Otan e que a ex-república soviética se desmilitarize.

Mesmo assim, Putin gostaria de chegar a um acordo com Washington sobre uma revisão da estrutura de segurança na Europa, pois denuncia que a Otan se expandiu até as fronteiras russas desde o desmantelamento da URSS em 1991.

Por sua vez, a Ucrânia deseja que seus aliados ocidentais lhe ofereçam garantias de segurança sólidas, que dissuadam Moscou de atacar de novo após a conclusão de um cessar-fogo.

Na quinta-feira, Zelensky denunciou a falta de "pressão" sobre Moscou.

O tema de possíveis concessões territoriais é um ponto polêmico na Ucrânia, onde a Rússia controla cerca de 20% do território.

Atentado

Os atentados como o de desta sexta-feira em Moscou tem se multiplicado na Rússia e nos territórios ucranianos ocupados desde o início da ofensiva russa em fevereiro de 2022. Esses assassinatos, atribuídos ou às vezes reivindicados pela Ucrânia, têm como alvo militares, autoridades do governo ou apoiadores ideológicos do Kremlin.

Segundo o Comitê de Investigação Russo, a vítima foi o general Iaroslav Moskalik, vice-chefe da Direção Geral de Operações do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia. De acordo com essa fonte, a explosão ocorreu perto de um prédio residencial na cidade de Balachikha, a poucos quilômetros a leste de Moscou.

"A explosão foi causada pela detonação de um artefato explosivo improvisado, recheado com estilhaços", informou o Comitê de Investigação.

O órgão também divulgou um vídeo que mostra um veículo totalmente carbonizado e investigadores ao redor de um objeto desfocado — presumivelmente o corpo da vítima — diante da entrada do edifício.

Imagens de câmeras de segurança divulgadas pelo jornal russo Izvestia mostram a forte explosão do carro, projetando fragmentos ao ar, justamente quando uma pessoa se aproximava do veículo.

"Há razões para acreditar que os serviços secretos ucranianos estão envolvidos neste assassinato", acusou em comunicado a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova.

(com agências)

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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