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Erdogan cita Hitler e diz que nova lei de Israel é fascista

Lei aprovada no parlamento israelense classifica país como "Estado-nação" do povo judeu

24 jul 2018 - 09h43
(atualizado às 10h11)
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O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta terça-feira (24) que uma lei israelense que determina que só os judeus têm direito de autodeterminação legitima a opressão e mostra que Israel é um país fascista e racista onde o espírito de Adolf Hitler ressurgiu.

Na semana passada o Knesset israelense aprovou uma lei de "Estado-nação", revoltando membros da minoria árabe do país e levando a Turquia a acusar Israel de tentar formar "um Estado de apartheid".

Falando a membros de seu partido governista AK no Parlamento, Erdogan disse que a lei prova que Israel é "o país mais sionista, fascista e racista do mundo", e pediu que a comunidade internacional se mobilize contra Israel.

Presidente turco, Tayyip Erdogan 15/07/2018 REUTERS/Umit Bektas
Presidente turco, Tayyip Erdogan 15/07/2018 REUTERS/Umit Bektas
Foto: Reuters

"A lei do Estado-nação judeu aprovada pelo Parlamento israelense mostra as verdadeiras intenções deste país. Ela legitima todas as ações ilegais e a opressão", afirmou Erdogan.

"Não existe diferença entre a obsessão de Hitler com a raça ariana e a mentalidade de Israel. O espírito de Hitler ressurgiu entre os governantes de Israel".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, respondeu dizendo que, sob Erdogan, a Turquia está se tornando uma "ditadura sombria" e acusando o líder turco de "massacrar sírios e curdos".

Erdogan disse que Israel revelou ser um "Estado de terror" atacando palestinos com tanques e artilharia, e acrescentou que a medida "afogará a região e o mundo em sangue e sofrimento".

A lei, apoiada pelo governo israelense de direita, foi aprovada pela legislatura depois de meses de debate político.

"Este é um momento determinante nos anais do sionismo e da história do Estado de Israel", disse Netanyahu ao Knesset.

A chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, também expressou preocupação na semana passada, dizendo que a lei dificultará uma solução de dois Estados para o conflito entre israelenses e palestinos.

Ex-aliados, Turquia e Israel expulsaram seus principais diplomatas respectivos em maio devido a uma desavença a respeito de confrontos nos quais dezenas de palestinos foram mortos por forças de Israel na fronteira com Gaza - mas os dois lados mantêm relações comerciais.

Os dois países estão em atrito há tempos por causa da política israelense em relação aos palestinos e ao status de Jerusalém. Erdogan convocou uma cúpula de líderes muçulmanos duas vezes nos últimos seis meses depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

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