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Escalada de violência no leste da Ucrânia é 'catastrófica', diz ONU

3 fev 2015 - 22h29
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Nas últimas 24 horas, pelo menos 16 civis foram mortos e dezenas de outros ficaram feridos

A ONU classificou nesta terça-feira como 'catastrófica' a recente escalada de violência no leste da Ucrânia, em meio a novos confrontos armados entre forças do governo e rebeldes separatistas pró-Rússia.

Nas últimas 24 horas, pelo menos 16 civis foram mortos e dezenas de outros ficaram feridos.

O balanço dos mortos foi divulgado pelo governo e representantes dos rebeldes. Segundo eles, as mortes foram registradas em localidades próximas às regiões de Donetsk e Luhansk. O número exato, entretanto, não pôde ser confirmado de forma independente.

As Forças Armadas da Ucrânia também afirmaram que cinco soldados morreram em um confronto com rebeldes separatistas pró-Rússia perto da cidade de Debaltseve, considerada estratégia por sua localização.

Nas últimas semanas, as mortes de civis aumentaram significativamente em meio ao recrudescimento da ofensiva rebelde.

Segundo o jordaniano Ra'ad Al Hussein, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, houve uma "clara violação da lei humanitária internacional que rege a condução de conflitos armados".

"Pontos de ônibus e transporte público, mercados, escolas e jardins de infância, hospitais e áreas residenciais tornaram-se campos de batalha nas regiões de Donetsk e Luhansk da Ucrânia", disse Hussein por meio de um comunicado.

"Qualquer nova escalada vai se revelar catastrófica para os 5,2 milhões de pessoas que vivem em meio ao conflito no leste da Ucrânia", acrescentou ele.

Confrontos

Segundo a ONU, mais de 5 mil pessoas já morreram e outras 12 mil ficaram feridas em razão dos confrontos armados no país.

Rebeldes vêm tentando cercar as forças do governo na cidade de Debaltseve.

Autoridades ucranianas afirmaram que cinco soldados foram mortos em combate nas últimas 24 horas.

Desde a semana passada, confrontos pesados vêm ocorrendo em Debaltseve, importante entroncamento de importantes rodovias.

Segundo David Stern, correspondente da BBC em Kiev, há relatos de uma 'crescente crise humanitária' na cidade, que foi praticamente dividida pelo combate.

Testemunhas afirmam que Debaltseve foi praticamente destruída e muitos moradores estão presos na cidade ─ escondido dentro de porões, sem comida, eletricidade ou suprimentos de água.

Em outro desdobramento, o governo de Kiev anunciou novas regras limitando o acesso dos russos à Ucrânia, iniciativa que, segundo especialistas, deve aumentar ainda mais as tensões com Moscou.

Desde o dia 1º de março do ano passado, os russos precisam apresentar o passaporte a autoridades de imigração para entrar na Ucrânia. Antes disso, a entrada era permitida apenas com documentos de identidade.

Os rebeldes acusam as Forças Armadas da Ucrânia de matar civis durante o bombardeamento de áreas residenciais.

A cidade de Debaltseve está agora efetivamente dividida, sem comida, água ou eletricidade.

Cerca de 1,2 milhões de pessoas já foram obrigados a abandonar suas casas desde abril passado, quando os rebeldes conquistaram grandes extensões territoriais das regiões de Luhansk e Donetsk, após a anexação da Crimeia pela Rússia.

As últimas estatísticas sobre o número de mortos é divulgada em meio a temores da escala da violência no leste da Ucrânia.

Na segunda-feira, o líder dos separatistas pró-Rússia, Alexander Zakharchenko, afirmou que rebeldes estavam tentando aumentar seu efetivo para 100 mil homens. O governo da Ucrânia também anunciou uma grande mobilização, com planos para aumentar seu efetivo para 200 mil até o final deste ano.

Enquanto isso, autoridades nos Estados Unidos dizem estar considerando a possibilidade de enviar armas e outros armamentos letais às forças armadas da Ucrânia.

A Otan diz que os rebeldes estão sendo apoiados por centenas de tanques russos e veículos armados que cruzaram a fronteira em direção ao leste da Ucrânia.

O Kremlin negou envolvimento direto mas diz que alguns voluntários russos estão combatendo junto de rebeldes.

(Reuters)
(Reuters)
Foto: BBC Mundo / Copyright
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