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Escolhida de Trump à Suprema Corte é louvada por ser "desavergonhadamente pró-vida" em audiência

14 out 2020 - 12h30
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Amy Coney Barrett, indicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Suprema Corte do país, enfrentou novos questionamentos em sua audiência de confirmação no Senado nesta quarta-feira, quando o líder republicano do comitê a louvou por ser "desavergonhadamente pró-vida" --mas os democratas temem que ela vote pela anulação de um veredicto de 1973 que legalizou o aborto em todo o país.

Amy Coney Barrett, indicada à Suprema Corte dos EUA, durante audiência em comitê do Senado do país
14/10/2020 REUTERS/Jonathan Ernst/Pool
Amy Coney Barrett, indicada à Suprema Corte dos EUA, durante audiência em comitê do Senado do país 14/10/2020 REUTERS/Jonathan Ernst/Pool
Foto: Reuters

Barrett, juíza conservadora de um tribunal de apelações que é a terceira selecionada pelo presidente republicano para uma vaga vitalícia na maior instância jurídica dos EUA, estava no terceiro dos quatro dias de sua audiência de confirmação no Comitê Judiciário do Senado dos EUA.

"Isto é a história acontecendo, gente", disse o senador Lindsey Graham, que preside o comitê. "Esta é a primeira vez na história americana em que indicamos uma mulher que é desavergonhadamente pró-vida e pratica sua fé sem pedir desculpa, e ela irá para a corte. Um assento junto à mesa espera por você."

Questionada por Graham, Barrett reiterou seus comentários de terça-feira, quando disse que o veredito histórico Roe versus Wade, que reconhece o direito constitucional da mulher ao aborto, não é um "super-precedente" que jamais poderia ser revertido.

Ainda na terça-feira, a juíza católica devota e bem-quista entre conservadores religiosos disse ao comitê que poderia colocar suas crenças religiosas de lado ao tomar decisões judiciais.

Barrett seria a quinta mulher a servir no tribunal, e a segunda indicada republicana.

Durante as 11 horas de questionamento de terça-feira, ela se esquivou ao ser indagada sobre questões sociais polêmicas e disse ao comitê que não tem posicionamento em temas como a Lei de Cuidados Acessíveis, conhecida popularmente como Obamacare.

Democratas dizem que a confirmação de Barrett ameaça a cobertura de saúde de milhões de norte-americanos e disseram que o Senado não deveria cogitar colocá-la na vaga disponível antes da eleição presidencial.

Barrett, de 48 anos, inclinaria a corte ainda mais para a direita, dando aos juízes conservadores uma maioria de 6 a 3. Os republicanos têm uma maioria de 53 a 47 no Senado, o que torna sua confirmação praticamente certa.

Reagindo a insinuação democratas de que votaria pela anulação do Obamacare se uma parte da lei for considerada ilegal, Barrett disse a Graham nesta quarta-feira que, quando juízes tratarem da questão legal abordada no caso, a "suposição" é que o Congresso não pretende suplantar o estatuto como um todo.

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