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Espanha nega "cumplicidade" sobre carta na qual González reconhece vitória de Maduro

19 set 2024 - 10h43
(atualizado às 14h26)
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A Espanha negou envolvimento nas negociações entre o líder oposicionista venezuelano Edmundo González e o governo do presidente Nicolás Maduro para sua fuga para a Espanha, antes da qual ele assinou uma carta dizendo que aceitava a vitória de Maduro nas eleições de julho no país.

A carta incluía um compromisso de limitar a atividade política uma vez na Espanha e foi assinada na residência do embaixador espanhol em Caracas, onde González se refugiou antes de sua partida.

Em uma entrevista coletiva na quarta-feira, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, mostrou fotografias impressas do que ele disse ser o momento em que o documento foi assinado em sua presença, bem como na presença de sua irmã, a vice-presidente Delcy Rodríguez, e do embaixador da Espanha na Venezuela, Ramon Santos.

González, que recebeu asilo político na Espanha no início deste mês, disse em uma mensagem de vídeo divulgada na quarta-feira que a carta foi assinada sob "coerção, chantagem e pressão".

Nesta quinta-feira, um representante sênior do Partido Popular (PP), da oposição espanhola, disse que Madri foi cúmplice na remoção de González da Venezuela, garantindo assim que Maduro permanecesse no poder.

"Além de ver alguém sendo chantageado ao vivo, está claro que a Espanha está envolvida na perpetuação de Maduro como ditador", disse o vice-secretário do PP, Esteban González Pons, em uma entrevista de rádio.

O Ministério das Relações Exteriores da Espanha respondeu que a Espanha não teve nada a ver com a carta ou com as negociações para a saída de González.

"Quando González pediu para ser recebido na residência do embaixador espanhol, ele tinha a garantia de que poderia ver quem quer que fosse e tomar as providências que julgasse necessárias em relação à sua situação", disse em um comunicado.

"O ministro das Relações Exteriores deu instruções diretas ao embaixador para não interferir em nenhuma medida que o líder da oposição pudesse tomar."

González deixou a Venezuela após a emissão de um mandado de prisão acusando-o de conspiração e outros crimes após a eleição.

Tanto Delcy quanto Jorge Rodríguez têm sido alvo de sanções e proibições de viagem da União Europeia desde 2018.

O conselho eleitoral nacional da Venezuela proclamou Maduro como vencedor da eleição presidencial de 28 de julho, o que provocou alegações de fraude e protestos generalizados, enquanto a oposição publicou online as contagens de votos que, segundo ela, mostravam que González venceu.

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