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Especialista em Ucrânia da Casa Branca diz que pedido de Trump sobre Biden foi impróprio

19 nov 2019 - 16h37
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Uma autoridade da Casa Branca que depôs nesta terça-feira no inquérito de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que um telefonema que este fez para tentar levar a Ucrânia a investigar seus rivais políticos foi impróprio e repudiou ataques republicanos a testemunhas da investigação.

Tenente-coronel Alexander Vindman, especialista em Ucrânia do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, depõe em inquérito de impeachment a cargo do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, em Washington
19/11/2019
Jacquelyn Martin/Pool via REUTERS
Tenente-coronel Alexander Vindman, especialista em Ucrânia do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, depõe em inquérito de impeachment a cargo do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, em Washington 19/11/2019 Jacquelyn Martin/Pool via REUTERS
Foto: Reuters

Alexander Vindman, tenente-coronel do Exército e maior especialista em Ucrânia do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, depôs na terceira audiência pública do inquérito de impeachment a cargo do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados.

O inquérito se concentra em uma conversa telefônica de 25 de julho na qual Trump pediu ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que realizasse duas investigações que o beneficiariam politicamente, entre elas uma visando o adversário político democrata Joe Biden. A outra envolvia uma teoria conspiratória desacreditada, mas defendida por alguns aliados de Trump, segundo a qual a Ucrânia, não a Rússia, interferiu na eleição norte-americana de 2016.

"Foi inadequado, foi impróprio para o presidente pedir -exigir- uma investigação sobre um oponente político, especialmente (para) uma potência estrangeira onde existe, no melhor cenário, uma crença dúbia de que isso seria uma investigação completamente imparcial e que isso teria implicações significativas caso se tornasse de conhecimento público", disse Vindman ao comitê.

Vindman e Jennifer Williams, conselheira especial do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, para assuntos europeus e russos, foram alguns dos funcionários que acompanharam a ligação de 25 de julho.

Vindman, assim como outras testemunhas, vem sendo criticado publicamente por Trump. O militar disse aos parlamentares que "ataques ao caráter" de servidores públicos que depõem no inquérito de impeachment são "repreensíveis".

Williams disse ao comitê que a conversa de Trump com Zelenskiy foi incomum porque "envolveu um debate sobre o que pareceu ser uma questão política doméstica".

Segundo ela, o escritório de orçamento da Casa Branca disse que o chefe de gabinete interino de Trump, Mick Mulvaney, orientou que 391 milhões de dólares de ajuda de segurança à Ucrânia fossem deixados em suspenso e que jamais soube por que a assistência acabou sendo liberada em setembro.

Depondo neste mês a portas fechadas, Williams disse que alguns dos comentários feitos por Trump durante o telefonema de 25 de julho foram "inadequados".

Em outubro, Kurt Volker, ex-enviado especial dos EUA para a Ucrânia, disse aos parlamentares que nunca soube de nenhum esforço de Trump para pressionar Kiev a investigar Biden, um dos pré-candidatos mais bem cotados para conquistar a indicação democrata e enfrentar o presidente na eleição de 2020, e seu filho, Hunter, que atuou no conselho de uma empresa de energia ucraniana chamada Burisma.

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