Esposa e filhos de jornalista da Al Jazeera são mortos em bombardeio israelense em Gaza; veja vídeo
Família de Wael Dahdouh estava no sul da Faixa de Gaza, onde procuraram refúgio após ordem de Israel para evacuar região norte
A família do correspondente da Al Jazeera Wael Dahdouh foi morta durante um ataque israelense nesta quarta-feira, 25, na Faixa de Gaza.
A esposa e dois filhos, um menino e uma menina, estavam em uma casa no campo de refugiados de al-Nuseirat, na parte sul de Gaza, onde se refugiaram após ordem israelense para evacuar a parte norte, quando foram mortos. Dahdouh trabalhava na cobertura dos ataques e chegou a noticiar um bombardeio em Nuseirat sem imaginar que seus familiares estariam entre as vítimas.
A emissora Al Jazeera exibiu o momento em que jornalista deixa o hospital de Al Aqsa após identificar os corpos. As idades das vítimas ainda não foram reveladas, mas, pelas imagens exibidas, é possível verificar que um de seus filhos era criança.
Visivelmente emocionado, Wael Dahdouh falou sobre os ataques que vitimaram a sua família. “O que aconteceu está claro: faz parte do contínuo ataque às mulheres e crianças em Gaza. Eu estava noticiando sobre os ataques israelenses que atingiram a área de Nuseirat... Sabíamos que a ocupação israelita não nos deixaria sem nos punir. Eles estão se vingando das crianças", lamentou em entrevista à Al Jazeera.
Aljazeera' s brave veteran journalist Wael Dahdouh's wife, son and daughter were killed in an Israeli airstrike which targeted a shelter house they had fled to. Wael received the news while on air covering the nonstop Israeli strikes on Gaza! pic.twitter.com/G2Z8UreboU
— Mohamed Moawad (@moawady) October 25, 2023
Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:
- Desde o início do conflito, mais de 6.546 palestinos morreram, sendo 2.704 crianças e 1.584 mulheres, e 16 mil ficaram feridos; do lado israelense, 1.405 israelenses morreram, sendo 305 soldados e 57 policiais, e há mais de 5.431 feridos;
- O Hamas é uma organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos, mas não pela ONU;
- A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma 'prisão a céu aberto' por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
- Os palestinos reivindicam a criação de seu Estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948;
- Em 7 de outubro, o Hamas realizou a maior onda de ataques contra Israel;
- Benjamin Netanyahu declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo;
- Israel intensificou o bloqueio à Faixa de Gaza, cortando o abastecimento de energia elétrica, combustível e água, criando uma crise humanitária sem precedentes em Gaza;
- Hamas ameaçou matar os reféns israelenses em retaliação à resposta militar israelense;
- Entidades alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos usam carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
- Cerca de 1 milhão de palestinos deixaram as suas casas em busca de refúgio no sul de Gaza; a população total da Faixa de Gaza é de 2,3 milhões, sendo 47% crianças;
- Bombardeio ao Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, deixou ao menos 500 mortos; Israel acusou a Jihad Islâmica pelo bombardeio. O grupo negou;
- Representante palestino na ONU pediu um cessar-fogo imediato;
- Governo já repatriou mais de 1.135 brasileiros na operação Voltando em Paz;
- Estados Unidos vetaram a resolução brasileira no Conselho de Segurança da ONU;
- A terceira igreja mais antiga do mundo, a Igreja de São Porfírio, localizada na Faixa de Gaza, foi bombardeada na noite de quinta-feira, 19;
- Hamas libertou ao menos quatro reféns. A negociação foi feita por intermédio do Catar. Outros 200 seguem detidos em Gaza;
- Mais de 100 caminhões aguardam no lado egípcio da fronteira de Rafah para entrar em Gaza com ajuda humanitária; a fronteira foi aberta pela primeira vez no sábado, dia 20.