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"A verdade está chegando e não poderá ser detida", diz Snowden

17 jun 2013 - 12h37
(atualizado às 14h52)
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<p>Edward Snowden, em foto divulgada pelo jornal britânico The Guardian</p>
Edward Snowden, em foto divulgada pelo jornal britânico The Guardian
Foto: The Guardian / AP

O ex-técnico de inteligência Edward Snowden afirmou nesta segunda-feira que o governo americano não poderá impedir suas revelações sobre os programas secretos de espionagem eletrônica. Respondendo a questões de leitores e repórteres do jornal britânico The Guardian, o delator de 29 anos disse que voou para Hong Kong antes de revelar os programas de monitoramento porque sabia que não receberia um julgamento justo nos Estados Unidos.

"Tudo que posso dizer agora é que o governo não poderá ocultar isto mandando me prender ou me matar. A verdade chegará e não poderá ser detida", afirmou Snowden. "O governo dos Estados Unidos, assim como fez com outros delatores, imediata e previsivelmente destruiu qualquer possibilidade de um julgamento justo em casa, me declarando culpado de traição abertamente", disse. "Isso não é justo, e seria tolice me submeter a isso se posso fazer mais fora da prisão do que nela", acrescentou.

Algumas pessoas em Washington sugeriram que Snowden escolheu Hong Kong porque estaria trabalhando para a China, mas ele disse que escolheu a região por ser um lugar que suportaria a pressão diplomática norte-americana.

"Deixar os Estados Unidos foi um risco enorme, já que funcionários da NSA precisam declarar suas viagens internacionais com 30 dias de antecedência e são monitorados", disse, referindo-se à sua decisão de deixar, no mês passado, seu trabalho na base da Agência de Segurança Nacional, no Havaí. "Havia uma forte possibilidade de que eu fosse impedido no caminho, então tive de viajar sem reserva antecipada para um país com o quadro cultural e legal que me permitisse trabalhar sem ser imediatamente detido".

Snowden foi contratado por uma empresa terceirizada, a Booz Allen Hamilton, para ajudar a manter a rede secreta de computadores da NSA no Havaí, e deixou a agência com o que seria uma grande quantidade de documentos secretos a respeito de programas de monitoramento. Em Hong Kong, ele concedeu uma entrevista ao The Guardian, demonstrando que a agência reúne informações telefônicas de milhões de cidadãos americanos e recolhe grandes quantidades de dados sobre o tráfego privado na internet pelo mundo.

Autoridades norte-americanas condenaram o vazamento dos programas secretos e iniciaram uma investigação, mas até agora não solicitaram formalmente a extradição de Snowden a Hong Kong.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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