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Acordo com Irã pode deixar mundo mais seguro, diz Obama

O primeiro-ministro israelense, por outro lado, rejeitou ferozmente o acordo iraniano e voltou a exigir que o país "pare com seu terrorismo e agressão"

2 abr 2015 - 17h29
(atualizado às 20h26)
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<p>Presidente Obama faz discurso sobre Irã na Casa Branca</p>
Presidente Obama faz discurso sobre Irã na Casa Branca
Foto: Mike Theiler / Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira que um acordo preliminar alcançado nas negociações sobre o programa nuclear do Irã é "um bom acordo" que evitará, se implementado plenamente, que a República Islâmica obtenha uma arma nuclear e ajudará a deixar o mundo mais seguro.

Falando na Casa Branca, Obama disse que conversará com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que rejeita ferozmente o acordo iraniano, assim como com líderes do Congresso norte-americano na noite desta quinta-feira. Ele já conversou com o rei Salman, da Arábia Saudita.

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"É um bom acordo", disse Obama. "Essa é a melhor opção", ele acrescentou, especialmente quando comparado a uma ação militar.

Obama, que atrasou uma viagem programada a Kentucky e Utah para fazer o pronunciamento depois que os negociadores anunciaram o acordo, se dirigiu aos críticos do acordo com o Irã e afirmou que o pacto preliminar por si só não apara a desconfiança entre Washington e Teerã.

"Hoje, os Estados Unidos, junto aos nossos aliados e parceiros, alcançaram um entendimento histórico com o Irã que, se plenamente implementado, evitará que o país obtenha uma arma nuclear", disse Obama.

"Se este acordo preliminar levar a um acordo final abrangente, tornará nosso país, nossos aliados e nosso mundo mais seguros", ele disse.

O acordo impedirá que o Irã tome qualquer passo para desenvolver uma arma nuclear, garantiu Obama ao tentar vender o pacto alcançado à sociedade norte-americana e aos parlamentares do país.

Obama tropeça e quase cai ao descer do avião; veja:

"O Irã vai enfrentar limitações estritas sobre o seu programa, e o Irã também concordou com um regime de inspeções e transparência mais robusto e invasivo já negociado em qualquer programa nuclear da história. Portanto, isso não está baseado na confiança. Está baseado numa inspeção sem precedentes", acrescentou Obama.

O presidente dos EUA disse que havia sempre a possibilidade de o Irã tentar enganar as potências sobre o acordo.

"Se o Irã enganar, o mundo vai saber. Se percebermos algo suspeito, vamos inspecionar. Os esforços passados do Irã de armar seu programa será abordado", disse Obama.

A rejeição de Israel

Israel rejeitou o acordo nuclear preliminar alcançado entre o Irã e grandes potências mundiais por considerar que o pacto está distante da realidade, e prometeu continuar os esforços para evitar um "mau" acordo final.

O ministro de Assuntos Estratégicos, Yuval Steinitz, disse em comunicado após o anúncio na Suíça: "Os sorrisos em Lausanne estão distantes da realidade miserável em que o Irã se recusa a fazer concessões sobre a questão nuclear e continua a ameaçar Israel e todos os outros países do Oriente Médio."

"Vamos continuar com nossos esforços para explicar e convencer o mundo na esperança de evitar um mau acordo (final)."

Mais cedo, enquanto detalhes do acordo preliminar eram finalizados, Netanyahu exigiu num post no Twitter que qualquer acordo alcançado com o Irã "precisaria reverter significativamente a capacidade nuclear do Irã".

Netanyahu anexou à mensagem um diagrama mostrando o envolvimento de Teerã em conflitos no Oriente Médio no Iêmen, Iraque, Líbano e Egito e reiterou as exigências de Israel de que o Irã "pare com seu terrorismo e agressão".

Netanyahu tem criticado há muito tempo o acordo que está sendo negociado com Teerã.

Num discurso polêmico ao Congresso dos Estados Unidos no mês passado que deixou as relações com Obama ainda mais tensas, ele chamou o acordo de um "mau negócio", duvidando que os termos do pacto impediriam o arqui-inimigo de Israel de alcançar uma capacidade de adquirir armas nucleares.

Israel, que considera o programa nuclear do Irã uma ameaça existencial, já havia ameaçado atacar o Irã se ficasse insatisfeito com um eventual acordo.

A posição do Brasil

O governo brasileiro elogiou o acordo preliminar alcançado entre o Irã e as potências mundiais para evitar que a República Islâmica produza armas nucleares, depois da tentativa fracassada de Brasil e Turquia de mediar o impasse em 2010.

"O Brasil saúda a disposição dos governos do Irã e dos países do P5+1, bem como da diplomacia da União Europeia, em perseverar nos esforços para alcançar um acordo satisfatório para todas as partes", afirmou o Ministério das Relações Exteriores em nota.

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