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Americana com ebola dá sinais de melhora após chegar aos EUA

A enfermeira Nancy Writebol recebeu um soro experimental obtido a partir dos anticorpos produzidos por ratos expostos a fragmentos do vírus

5 ago 2014 - 18h10
(atualizado às 18h12)
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<p>Nancy Writebol foi transferida para os EUA em 5 de agosto</p>
Nancy Writebol foi transferida para os EUA em 5 de agosto
Foto: Christ Communications / Reuters

A missionária Nancy Writebol, a segunda americana infectada pelo ebola a ser transferida aos Estados Unidos, deu sinais de melhora, ao chegar em Atlanta, nesta terça-feira. Ainda assim, a vítima do vírus, internada em uma sala isolada do Hospital Universitário de Emory, está "muito frágil".

Writebol, de 59 anos, foi levada da Libéria até Atlanta em um avião-ambulância que chegou hoje à Base Aérea da Reserva Dobbins, de onde foi transportada de ambulância até o hospital com um traje especial e acompanhada por duas pessoas que usaram a mesma roupa para evitar contágios.

"O fato de estar em uma maca não é uma indicação de sua condição em relação ao ebola, mas de que está muito, muito frágil (após um voo transatlântico)", disse em entrevista coletiva, Bruce Johnson, presidente da SIM, organização vinculada à missionária.

Writebol trabalhava no centro de tratamento de pacientes com ebola que o grupo Samaritan's Purse tem na Libéria junto com o outro americano contaminado, o médico Kent Brantly, levado para Atlanta no último sábado.

Apesar da fraqueza, a enfermeira teve uma melhora em seu estado de saúde nos últimos dias após receber um soro experimental.

"Percebemos um aumento do apetite, ela pediu sopa de batata e iogurte antes de subir no avião, o que qualquer médico pode interpretar como positivo. De certo modo, vimos sinais de melhora", disse o presidente da SIM.

A esposa de Brantly informou hoje que a condição de seu marido melhora a cada dia e agradeceu à equipe que cuida dele.

"Pude ver Kent todos os dias e ele continua a melhorar", disse, através de um comunicado da organização.

Segundo a farmacêutica Mapp Pharmaceutical, que desenvolveu o soro administrado aos pacientes, o composto foi obtido a partir dos anticorpos produzidos por ratos expostos a fragmentos do vírus de ebola, que impedem que o vírus entre e infecte novas células.

De acordo com Johnson, os missionários estão otimistas com o impacto da transferência para Estados Unidos e de como o uso deste soro experimental pode ter na descoberta de uma cura para a doença, mortal em 90% dos casos.

"É difícil ver dois companheiros de trabalho nesta situação, mas também vimos muitas coisas positivas surgirem desta situação, e a primeira é ver que, de repente, o mundo inteiro está prestando atenção e se deram conta que devem fazer algo pela situação em que se encontra a África Ocidental", disse o presidente da SIM.

Desde o início do surto, em março, 887 pessoas morreram e 1.603 casos foram confirmados em Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria, segundo a última apuração da Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com o diretor da SIM, até agora o montante destinado à transferência dos dois missionários chega perto de US$ 1 milhão.

A clínica em que eles trabalhavam não está recebendo novos pacientes com ebola e a organização investiga em conjunto com especialistas americanos como o contágio aconteceu, informou Johnson.

Para tentar conter o surto, a Agência de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) enviou à África Ocidental uma equipe de 50 especialistas para desenvolver uma estrutura que permita tratar a doença de forma mais efetiva.

O temor de que a doença se espalhe pelos Estados Unidos pôs as autoridades sanitárias do país em alerta.

O hospital Monte Sinai de Nova York aguarda o resultado das análises do paciente internado esta segunda-feira com sintomas de ebola, enquanto os exames realizados em uma mulher que tinha viajado para a África Ocidental e que apresentou sintomas semelhantes em Columbus, Ohio, deram negativo.

Foto: Arte Terra

EFE   
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