Após decisão da Suprema Corte, casamento gay ainda divide EUA
Pesquisa mostra que 43% concordam com a decisão da Suprema Corte de derrubar a lei que definia o casamento como sendo a união entre um homem e uma mulher
Enquanto assenta a poeira de duas importantes decisões da Suprema Corte nesta semana sobre o casamento homossexual, uma pesquisa Reuters/Ipsos mostrou que cerca de um quarto dos americanos é contra a decisão, enquanto a maioria é favorável ou não tem opinião fortemente formada.
De acordo com o levantamento, 43% dos entrevistados concordam moderada ou fortemente com a decisão da Suprema Corte de derrubar a Lei de Defesa do Casamento, de 1996, que definia o casamento, para fins de benefícios federais, como sendo a união entre um homem e uma mulher.
De forma similar, 41% concordam com a decisão da Corte a respeito da Proposta 8, uma lei da Califórnia que proíbe o casamento gay. Os juízes se recusaram a tomar posição sobre a constitucionalidade da lei, o que na prática abre caminho para a legalização do casamento gay no mais populoso Estado dos EUA.
Foram ouvidas 410 pessoas a respeito de cada caso, entre quarta-feira, dia das decisões, e sexta. Um quarto dos entrevistados se opunha fortemente a ambas as decisões. Cerca de um quarto disse não estar familiarizado com as decisões, ou não ter opinião formada.
"As recentes decisões apresentadas pela Suprema Corte são polarizadoras", disse Julia Clark, especialista em pesquisas do Ipsos. "Embora uma pluralidade de norte-americanos concorde com as decisões da Corte de reconhecer os casamentos homossexuais, um quarto continua firmemente contra".
As cifras refletem "a tendência mais ampla que os pesquisadores estão vendo a respeito das atitudes com relação ao casamento homossexual, as quais demonstram um apoio cada vez mais sólido em meio à população ao longo da última década", acrescentou ela.
Apesar da crescente aceitação da opinião pública ao casamento gay, ainda há divisões entre os 50 Estados dos EUA a respeito do assunto. A Califórnia pode se tornar nos próximos meses o décimo-terceiro Estado a reconhecer a prática.