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Estados Unidos

Ativistas enfrentam tempestade para convenção republicana

27 ago 2012 - 15h36
(atualizado às 15h51)
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Enquanto moradores de algumas áreas da Flórida fogem da tempestade tropical Isaac, ativistas do movimento ultraconservador Tea Party chegam à cidade de Tampa, onde se apresentam como sinônimo da mudança política na convenção nacional do Partido Republicano.

Os ativistas veem a tormenta como um símbolo das grandes mudanças que virão depois da eleição presidencial americana de 6 de novembro."Estamos presenciando um furacão aqui na Flórida", disse Michele Bachmann, fundadora do Tea Party e integrante da Câmara dos Deputados, domingo, em uma concentração. "Estamos presenciando um furacão político", acrescentou em um discurso que inflamou seus seguidores. "Estamos presenciando um furacão espiritual", acrescentou.

O Tea Party - uma poderosa facção em grande parte responsável pela recuperação do controle da Câmara dos Deputados pelos republicanos em 2010 - terá um papel relativamente pequeno na convenção, que começará terça-feira em Tampa, Flórida (sudeste), e que foi reduzida de quatro para três dias, devido à tempestade Isaac.

Contudo, o Tea Party deu uma demonstração de força nos comícios e sessões de oração realizados em uma igreja local na tarde e na noite de domingo."É tempo de cada um de nós vir, colocar o uniforme e se por de pé", disse Bachmann à multidão que a aplaudia.

Esta concentração, a vários quilômetros dos eventos oficiais da convenção, proporcionou uma válvula de escape necessária aos ultraconservadores, que não se mostram muito empolgados com Mitt Romney, vencedor das primárias, que será declarado candidato republicano à Casa Branca.

O evento na igreja da baía de Tampa, que foi divulgado como una "concentração de unidade", deu a este grupo conversador uma oportunidade para celebrar sua considerável influência no Partido Republicano com apenas três anos de existência.

Em outro evento realizado no domingo, outra estrela do Tea Party mostrava um tom bem menos conciliador.O congressista pelo Texas Ron Paul, um eterno aspirante à Presidência, incluindo sua fracassada pré-candidatura deste ano, liderou uma concentração de seus seguidores, diante dos quais pressionou por mudanças no partido.

Paul, que aos 77 anos se aposentará do Congresso no final de 2012, não foi incluído na lista de oradores da convenção republicana e apenas será lembrado com um tributo em vídeo na terça-feira, apesar de ser uma figura proeminente do partido. "Acreditem, entraremos na convenção, porque eventualmente nós seremos a convenção", disse Paul. "Com a energia que temos, me parece que começarão a nos rogar e nos suplicar por nossa participação", afirmou em tom desafiador.

Quem também participou dos eventos de domingo foi Herman Cain, ex-diretor de uma rede de pizzarias e pré-candidato à nomeação republicana, que, assim como Bachmann e Paul, fracassou frente a Mitt Romney.

Apesar de a campanha de Bachman ter perdido força depois de uma série de gafes e tropeços e a de Cain ter sido alvo de um escândalo sexual, ambas as figuras continuam entusiasmando os conservadores republicanos.Entre as 2.000 pessoas que participaram do evento com Bachman e Cain, estava Steve Haller, que disse ter feito um longo caminho desde a Louisiana, dirigindo sozinho para estar presente no ato do Tea Party.

"Espero que este evento promova a unidade", disse Haller, ao afirmar que as diversas correntes do Partido Republicano devem se concentrar na candidatura de Mitt Romney para garantir a derrota do presidente e candidato à reeleição, Barack Obama.

O objetivo de Obama "é colocar os Estados Unidos de joelhos. Eu não quero isso", afirmou. "Não sou contra Obama, sou a favor dos Estados unidos. Obama é que está contra os Estados Unidos", afirmou.

Debaixo de um guarda-chuva com as cores da bandeira americana, Maryann Kempf disse que a mensagem do Tea Party está em sintonia com suas crenças e que desempenha um papel essencial nas políticas dos republicanos."Precisamos que os conservadores governem para colocar este país de volta no caminho correto", disse. "O Tea Party é um lembrete constante do conservadorismo e da necessidade de conter os gastos" públicos, acrescentou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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