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Bill Clinton faz defesa apaixonada pela reeleição de Obama

6 set 2012 - 12h14
(atualizado às 13h22)
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Mark Mardell
Da BBC Brasil

O longo discurso de Bill Clinton na convenção democrata realizada na última quarta-feira carregou uma mensagem diferente de qualquer outra nesta convenção. Ele não estava lá para amedrontar. Defendeu feitos e valores do presidente Barack Obama com uma eloquência instigante e apelo apaixonado.

É isso que acontece quando um grande estadista é chamado para ajudar um homem de quem não gosta muito. Mas o discurso se sobressai por ser completamente diferente de qualquer coisa que eu tenha visto nesta campanha, seja democrata ou republicano.

Poucos políticos têm o carisma para manter a atenção de uma multidão fazendo um discurso recheado de tantos dados e fazer com que ele passe rapidamente. O único jeito de acompanhar era anotando. Mas mesmo os que faziam isto tinham que as revisar e pensar cuidadosamente sobre os dados.

Checar dados se tornou uma espécie de moda nestas eleições, embora uma que vale a pena, e, suspeito eu, o discurso de Clinton forneceu material para várias noites de trabalho. O ex-presidente pode parecer indisciplinado e ele é, embora os que apreciam o estilo podem o relacionar com a forma de tocar de um músico de jazz. Mas ele também é um mestre estrategista, meticuloso na leitura de eleições e da forma como elas são disputadas.

Retribuição
Um discurso tão diferente do comum tem um motivo. Nas ultimas semanas temos visto um número sem fim de testemunhos pessoais variando de tom do sentimentaloide ao tocante. Mas não havíamos tido antes uma explicação assim tão obsessivamente detalhada do alegado sucesso de Obama nas áreas de saúde, empregos, energia, dívida e déficit. Certamente não do próprio presidente.

Claro que todos os dados não significam que Clinton esteja certo. Mas soa como se ele estivesse dando um passo para trás e fizesse um julgamento racional. Clinton está longe de ser ingênuo e não espera que o expectador médio siga seus argumentos. Mas a solidez dos numeres e seu peso parecem convincentes.

Depois, Obama chegou para dar um breve e desajeitado abraço antes de copiar o ex-presidente e dar-lhe um tapinha nas costas, pouco antes de se separarem. Eles claramente não são os melhores amigos. Bill Clinton precisou ser persuadido a subir ao palco e ingressar na campanha.

Ele ainda está magoado pela campanha de 2008, embora sua mulher pareça ter superado isto há muito. Mas como diz o biógrafo de ambos, David Maraniss, Clinton "ama ser necessário tanto quanto ama ser amado".

Outros especulam que pode existir um acordo mais sólido de retribuição, culminando com sua mulher na Casa Branca. "Mas que virada sensacional. Em vez de representar a era pós-Clinton, como era a intenção, Obama dá o tom da era pré-Clinton", escreve Maureen no New York Times. Por enquanto, Bil Clinton fez um grande favor a Obama.

Mas ele também estabeleceu alguns parâmetros. Quando o presidente discursar nesta quinta-feira ele também deve ter alguns dados e fatos na manga.

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