'Caça às bruxas?' A polêmica das supostas informações 'comprometedoras' da Rússia sobre Trump
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou haver uma "caça às bruxas política" contra ele, depois que a imprensa americana publicou trechos de um dossiê que diz - e dá exemplos - de informações comprometedoras que a Rússia teria coletado sobre ele.
Um porta-voz do Kremlin disse que as alegações eram "ficção barata" e "uma clara tentativa para prejudicar relações".
Sem fazer referência direta às alegações, Trump escreveu em seu Twitter: "Notícias falsas - Uma caçada às burxas política total!".
O relatório - cujo conteúdo não pôde ser confirmado - diz que a Rússia teria informações sobre o envolvimento de Trump com prostitutas. Diz também que membros de sua campanha presidencial estiveram em contato secreto com Moscou.
Segundo o New York Times, parte do conteúdo do dossiê começou a circular durante a campanha presidencial e tanto o jornal americano como outros veículos de comunicação tiveram acesso ao documento, mas decidiram ignorá-lo porque as acusações não puderam ser verificadas.
Mas seu conteúdo, elaborado para a campanha de Hillary Clinton, foi divulgado na íntegra pelo portal de notícias Buzzfeed na terça-feira.
Os serviços de inteligência dos EUA não se posicionaram publicamente sobre as alegações, mas teriam, segundo a mídia local, repassado um resumo sobre o material na semana passada ao presidente Barack Obama, a Donald Trump e a alguns congressistas.
Segundo a rede de TV americana CNN, o FBI estava investigando a credibilidade do relatório.
Apoio antigo
O dossiê diz que a inteligência russa vem "cultivando, apoiando e ajudando" Donald Trump há anos. Trump teria recebido, por exemplo, informações da inteligência russa sobre seus rivais políticos, entre eles Hillary Clinton.
Diz também que Trump teria recusado ofertas de negócios no mercado imobiliário russo, em particular de projetos ligados à Copa do Mundo de 2018.
O documento sob investigação também afirma que a Rússia tem um programa patrocinado pelo governo para hackear, entre os alvos externos, autoridades estrangeiras e empresas.
A informação coincide com o parecer de agências de inteligência dos EUA de que a Rússia estava por trás do acesso ilegal a e-mails do Partido Democrata durante a campanha presidencial de 2016.
As mesmas agências dizem que o Kremlin queria atingir a democrata Hillary Clinton com o ciberataque. últimos dias, o presidente eleito tem estado sob pressão para aceitar o resultado da investigação conduzida nos EUA.
Trump, contudo, tem se recusado a reconhecer publicamente as conclusões dos serviços de inteligência e descreveu os que se opõem a boas relações com a Rússia como "pessoas estúpidas".
As acusações chegam num momento delicado para Trump, que toma posse no dia 20 de janeiro.
Ele tinha marcado uma coletiva de imprensa para esta quarta-feira, nove dias antes de sua posse.
Ela deveria focar nas medidas que tomou para se separar de seus negócios, após as críticas e preocupações sobre conflito de interesses.
Mas acredita-se que Trump deve se pronunciar sobre as alegações do dossiê.