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'Cachorro assustado late alto': a resposta de Kim Jong-un ao discurso de Trump na ONU

Líder norte-coreano acompanha tom elevado de ameaças de Trump e fala em 'exercício da contrapartida de mais alto nível'.

21 set 2017 - 20h36
(atualizado às 21h03)
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Pacifistas fazem protesto na Alemanha contra retórica de ameaças de Trump e Kim Jong Un, retratados com máscaras
Pacifistas fazem protesto na Alemanha contra retórica de ameaças de Trump e Kim Jong Un, retratados com máscaras
Foto: BBC News Brasil

"Gostaria de alertar Trump para que tenha prudência na escolha de palavras e que leve em conta com quem ele está falando quando fizer um discurso para o mundo."

O alerta vem de Kim Jong-un, que em nota divulgada nesta quinta-feira pela imprensa estatal norte-coreana respondeu ao rival Donald Trump, que ameaçou destruir o pequeno país asiático em seu discurso na Assembleia Geral da ONU.

Como Trump, o líder norte-coreano também elevou o tom das ameaças e prometeu a resposta "mais linha-dura da história" aos Estados Unidos e disse que vai "definitiva e seguramente responder com fogo ao desequilíbrio mental" do presidente americano.

Jong-un afirmou ainda que a fala do oponente só o fez ter mais certeza de tomou a decisão correta ao enfrentar os Estados Unidos.

"Ele vai pagar caro por seu discurso pregando a destruição total da Coreia do Norte", afirmou Kim Jong-un, acrescentando que "cachorro assustado late mais alto", em referência às palavras duras do oponente.

A fala faz referência a um provérbio norte-coreano, que diz que "um desfile continua, mesmo que os cães latem".

Em sua resposta, o líder da Coreia do Norte disse que esperava que Trump adotasse um discurso mais brando no "maior palanque oficial diplomático do mundo".

"Mas, longe de fazer observações com qualquer poder de persuasão que pudesse ser útil para baixar a tensão, ele fez um discurso insensato e grosseiro sem precedentes, como ninguém nunca ouviu de nenhum de seus antecessores."

A resposta de Kim Jong-un chega na véspera da fala do ministro de relações exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, na Assembleia Geral das Nações Unidas.

Yong Ho chegou a Nova York na noite desta quarta-feira.

O líder norte-coreano, Kim Jong Un
O líder norte-coreano, Kim Jong Un
Foto: BBC News Brasil

Nova sanções

Nesta quinta-feira, presidente americano assinou uma nova ordem que amplia sanções contra a Coréia do Norte na tentativa de frear o avanço de seu programa nuclear.

O Tesouro dos EUA foi autorizado a impor penalidades a empresas e instituições financeiras que realizarem negócios com o país.

Trump também afirmou que o Banco Central da China instruiu outros bancos chineses para pararem de fazer negócios com Pyongyang.

A punição ocorre menos de duas semanas depois que a ONU aprovar novas sanções contra o país após seu último teste nuclear, que cruzou o território japonês.

Em sua estreia na mega conferência da ONU, em Nova York, Trump também fez fez piada com o líder norte-coreano Kim Jong-un, chamando-o de "rocket man" ("homem do foguete", em tradução livre) e dizendo que ele está em uma "missão suicida".

O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, que também está em Nova York, deu sinais de que descartará uma eventual reunião com o ministro norte-coreano.

O país asiático é membro da ONU, mas não tem relações diplomáticas formais com os EUA.

À imprensa local, Tillerson afirmou que não acha que pode ter uma "discussão prática com a Coréia do Norte porque não sabemos quais serão suas formas de comunicação e seu comportamento".

Presidente americano, Donald Trump
Presidente americano, Donald Trump
Foto: BBC News Brasil

Novas provocações

Em sua resposta ao discurso de Trump, Kim Jong-un disse que a fala do oponente só reforçou sua posição.

"Suas observações, que descrevem a opção dos EUA como uma expressão direta de sua vontade, me convenceram, ao invés de me assustar ou parar, de que o caminho que escolhi é correto e que é o único que tenho a percorrer até o fim", afirmou o líder norte-coreano.

"Agora que Trump insultou a mim e a meu país na frente dos olhos do mundo, e fez a declaração de guerra mais feroz da história ao afirmar que destruiria a Coreia do Norte, consideraremos com seriedade o exercício da contrapartida de mais alto nível e linha dura na história."

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