Canal de TV diz que diplomacia americana tentou ocultar escândalos
O Departamento de Estado tentou manipular, ocultar e encerrar investigações sobre alguns de seus funcionários no exterior por escândalos de prostituição ou consumo de drogas, revelou nesta segunda-feira o canal de televisão "CBS".
O canal cita um relatório interno do Departamento de Estado que aponta, por exemplo, que membros da segurança de Hillary Clinton, secretária de Estado de 2009 até o início deste ano, solicitaram serviços de prostitutas em viagens oficiais no exterior. Um dos escândalos fala de uma rede de tráfico de drogas próxima da embaixada americana em Bagdá para fornecer entorpecentes a empregados da legação.
O relatório indica que este comportamento dos membros de segurança do Departamento de Estado, conhecido como Serviço de Segurança Diplomático (DSS), é "endêmico".
Em outra ocasião, agentes do Departamento de Estado foram ordenados a deixar de investigar em 2011 o caso de um embaixador americano que ocupava um posto importante na rede diplomática e que supostamente pagava por prostituição em um parque público. As fontes consultadas pela "CBS" indicaram que o embaixador foi chamado a Washington e posteriormente voltou a seu posto sem que fossem tomadas medidas punitivas.
A emissora entrevistou Aurelia Fedenisn, uma ex-investigadora da equipe de interventores do Departamento de Estado, que disse que seu grupo descobriu muitas denúncias de más atuações, "algumas das quais nunca se transformaram em casos". Segundo Fedenisn, alguns membros dos serviços de inteligência aceitam comportamentos como solicitar prostitutas e "me surpreenderiam que não fossem conscientes dessas atividades".
A porta-voz do Departamento de Estado, Jennifer Psaki, explicou que o Departamento de Estado respondeu às recomendações dos interventores e assegurou que nem sequer um embaixador está isento de responder por atos delitivos.