Casa Branca: Snowden deve voltar aos EUA para ser julgado
O governo dos Estados Unidos reiterou nesta sexta-feira que Edward Snowden deve retornar ao país para enfrentar acusações "muito sérias" por espionagem, depois da divulgação da notícia que o ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) se ofereceu para explicar na Alemanha o escândalo suscitado por seus vazamentos de informação classificada.
"Os crimes dos quais (Snowden) é acusado são muito sérios e nossa visão é que o correto para ele é retornar aos Estados Unidos", disse em sua entrevista coletiva diária o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
O porta-voz lembrou também que essas revelações comprometeram a segurança nacional e causaram "tensões" com outros países, muitos deles aliados dos EUA.
Snowden, que recebeu asilo temporário na Rússia no último dia 1º de agosto, é reclamado por Washington após ter revelado uma trama de espionagem em massa dos serviços secretos americanos dentro e fora do país.
O jovem propôs, em carta remetida ao governo, ao Parlamento e ao Ministério Público da Alemanha, explicar em pessoa nesse país, e com os documentos que tem em seu poder, o escândalo da espionagem.
"Quando se resolvam as dificuldades que rodeiam minha situação humanitária, estarei em condições de cooperar na busca responsável dos fatos" e esclarecer "a verdade e autenticidade dos documentos" publicados, indica Snowden na carta.
Depois que Washington lhe retirou o passaporte após as primeiras revelações, Snowden obteve uma permissão de residência temporária na Rússia, mas este documento não lhe permite viajar à Alemanha, país ao qual os Estados Unidos já apresentaram um pedido de extradição preventiva.
Dessa forma, Snowden somente poderá viajar à Alemanha de uma forma segura se antes Berlim e Moscou definirem os termos legais do deslocamento e desde que o governo alemão se comprometa a dar-lhe asilo, com o que evitaria sua extradição.