Chef espanhol cancela abertura de restaurante em hotel de Donald Trump
O chef espanhol José Andrés se uniu à lista de empresas que decidiram cortar seus vínculos com o magnata Donald Trump, pré-candidato à presidência pelo partido Republicano, por seus comentários ofensivos sobre os imigrantes mexicanos.
José Andrés tinha chegado a um acordo com Trump para dirigir o restaurante do novo Trump International Hotel, que o magnata deve abrir no centro da capital americana ano que vem.
"As recentes declarações de Donald Trump menosprezando os imigrantes tornam impossível que minha companhia e eu possamos continuar com a abertura de um bem-sucedido restaurante espanhol no próximo hotel Trump de Washington", afirmou José Andrés em comunicado enviado à Agência Efe.
Em suas declarações, o magnata imobiliário acusou o México de estar enviando aos EUA "gente com um montão de problemas. Estão trazendo drogas, crime, estupradores. Mas reconheço que alguns são bons".
José Andrés, que dirige 18 restaurantes nos Estados Unidos, onde vive há mais de duas décadas e recentemente obteve cidadania, destacou que "mais da metade" dos componentes de sua equipe são latinos, "como muitos dos meus clientes".
"E como um orgulhoso imigrante espanhol e recentemente naturalizado cidadão americano, acredito que todos os seres humanos merecem respeito, sem levar em conta sua condição migratória", concluiu o chef, que é dono dos populares restaurantes "Jaleo" e "Oyamel" em Washington.
Até agora a polêmica custou a Trump a perda de contratos com as emissoras de televisão "Univisión", "NBC", "Ora TV", "Televisa", a gigante do varejo Macy's, e a Nascar.
Além disso, personalidades como Roselyn Sánchez, América Ferrera, Paulina Vega e o rival de Trump nas primárias do partido, Jeb Bush, criticaram os comentários xenófobos, e México, Panamá e Costa Rica anunciaram que não participarão do concurso de beleza Miss Universo, organizado por Trump.
O magnata não pediu desculpas e reafirmou mais de uma vez seu comentário, alegando que suas palavras sobre o México foram "distorcidas pela imprensa" e que eram críticas eram ao governo do país, não contra os mexicanos.