Chefe da Al-Qaeda é capturado em operação dos EUA na Líbia
Forças americanas capturaram na Líbia o membro da rede Al-Qaeda Abu Anas al-Libi, procurado por suspeita de participação nos atentados às embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, em 1998, informou o Departamento de Defesa. "Como resultado de uma operação antiterrorista, Abu Anas al-Libi está agora legalmente detido por militares americanos em um local seguro fora da Líbia", anunciou o porta-voz do Pentágono, George Little.
Ele teria sido "sequestrado" por homens armados, no sábado, em Trípoli, disse à AFP uma pessoa próxima. "Foi sequestrado perto de sua casa depois da oração do amanhecer por um grupo de homens armados", confirmou essa fonte, que pediu para não ser identificada. "Sua família está sem notícias dele desde de manhã", acrescentou a mesma fonte.
A operação para Abu Anas al-Libi teria sido realizada com o conhecimento do governo líbio, de acordo com o funcionário americano. Mas o governo líbio afirmou neste domingo não estar a par do "sequestro" na Líbia de Abu Anas al-Libi por forças americanas e pediu explicações a Washington por esta operação.
"O governo líbio acompanha as informações sobre o sequestro de um dos cidadãos líbios procurado pelas autoridades dos Estados Unidos (...) Desde que tomou conhecimento da informação, o governo líbio entrou em contato com as autoridades americanas para pedir explicações a respeito", afirma o governo de transição em um comunicado.
Al-Libi, cujo verdadeiro nome é Nazih Abdul Hamed Al Raghie, 49 anos, foi membro do Grupo Islâmico de Combate Líbio (GICL) antes de se incorporar à Al-Qaeda. O objetivo do GICL era derrubar o regime de Muammar Kadafi e, em seu lugar, instituir um Estado islâmico radical.
Segundo fontes ligadas ao caso, Abu Anas al-Libi voltou para a Líbia depois da queda de Kadafi, em 2011. Essa ofensiva coincide com outra incursão dos comandos especiais americanos para prender um líder das milícias islâmicas somalis.
O governo americano chegou a oferecer recompensa de até US$ 5 milhões por Al-Libi, que está na lista dos mais procurados pelo FBI (a Polícia Federal dos Estados Unidos). Ele é acusado por um tribunal de Nova York de envolvimento nos atentados de 7 de agosto de 1998 contra as embaixadas dos EUA em Dar-es-Salaam e Nairóbi. Mais de 200 pessoas morreram em ambos os ataques.