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Chefe do Pentágono trabalha em plano para fechar prisão de Guantánamo

6 jun 2015 - 12h14
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O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, está trabalhando com a Casa Branca em uma proposta para o Congresso a fim de fechar a prisão para suspeitos de terrorismo em Guantánamo (Cuba), um objetivo que o presidente Barack Obama fixou ao chegar ao poder.

Carter informou sobre o plano aos jornalistas que lhe acompanhavam nesta sexta-feira no avião de volta a Washington após sua viagem por Cingapura, Índia e Alemanha.

"A respeito de Guantánamo, estou trabalhando com a Casa Branca para preparar um plano que depois entregaremos ao Congresso para discuti-lo" com os legisladores, disse Carter, de acordo com uma transcrição de suas palavras divulgada pelo Pentágono.

"Considero que este é um passo muito construtivo. É importante ver se podemos encontrar um caminho que seja suficientemente respaldado (por membros do Congresso) para que possamos fazê-lo, e acho que isto é uma boa oportunidade", acrescentou o titular de Defesa.

O Senado começou a debater esta semana um projeto de lei anual para autorizar as atividades do Pentágono, ao qual o senador republicano John McCain e o democrata Joe Manchin acrescentaram uma cláusula que permitiria a Obama fechar Guantánamo se apresentar um plano para transferir os presos que restam e o Congresso o aprovar.

"O presidente Obama disse desde o primeiro dia de seu mandato que quer fechar Guantánamo, mas seis anos e meio depois, nunca proporcionou um plano para fazê-lo", afirmou McCain nesta quarta-feira no plenário do Senado.

Se o Congresso aprovar o plano, os legisladores poderiam suspender as restrições que proíbem a transferências de prisioneiros de Guantánamo aos Estados Unidos ou a despesa de fundos para construir ou reformar uma instalação americana para abrigá-los.

McCain assegurou na quarta-feira que o plano encontraria "um lugar adequado" nos Estados Unidos onde os prisioneiros estariam "sob absolutamente as mesmas" condições legais que estão na base naval de Guantánamo, onde não tiveram acesso às garantias legais obrigatórias no país.

No entanto, alguns republicanos, entre eles o candidato à presidência Ted Cruz, se opõem categoricamente a qualquer plano para fechar a prisão de Guantánamo, aberta depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Quando chegou ao poder em janeiro de 2009, Obama prometeu fechar no prazo de um ano a prisão para suspeitos de terrorismo, e desde então apontou os impedimentos do Congresso para a transferência dos presos como o principal obstáculo que lhe impediu de cumprir essa promessa.

A Administração de Obama avançou enquanto isso na transferência de prisioneiros a terceiros países, e na prisão restam atualmente 122 detentos dos cerca de 800 que chegou a abrigar no início da década passada, a maioria deles sem acusações formais.

O Pentágono não efetuou transferências de presos desde janeiro, mas deve retomar em breve as mudanças dos 57 presos de Guantánamo que receberam o sinal verde para serem enviados a um terceiro país.

O fechamento de Guantánamo também se vê entorpecido pelo temor de legisladores e analistas de que os detentos de Guantánamo, onde ocorreram interrogatórios com tortura e se criou um sistema fora das garantias legais americanas, se unam a grupos radicais islâmicos assim que saiam da prisão.

EFE   
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