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China convoca embaixador dos EUA após acusação de espionagem

20 mai 2014 - 04h30
(atualizado às 04h55)
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A China convocou o embaixador americano em Pequim, Max Baucus, para comunicá-lo sobre sua "solene oposição" à decisão dos Estados Unidos de apresentar acusações contra cinco militares chineses por espionagem.

Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores chinês, divulgado nesta terça-feira, informou que o vice-ministro das Relações Exteriores, Zheng Zeguang, convocou o diplomata americano na noite de segunda-feira depois que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou o indiciamento de cinco membros do Exército chinês por espionagem industrial em grande escala.

Os militares são acusados de roubar segredos comerciais e industriais de empresas do setor energético e de produção de alumínio e aço por um valor que poderia superar US$ 100 bilhões.

O governo chinês apresentou ontem à noite um protesto formal ao americano e anunciou, em represália, a suspensão do diálogo Pequim-Washington em matéria de segurança cibernética.

"Devido à falta de sinceridade dos EUA para resolver assuntos relacionados com a segurança cibernética através do diálogo e da cooperação, a China decidiu suspender as atividades do Grupo de Trabalho Cibernético Chinês-Americano", anunciou ontem à noite o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, em comunicado.

Qin garantiu que as acusações contra os militares chineses "são baseados em falsidades e violam gravemente as normas básicas que governam as relações internacionais".

O porta-voz acrescentou que a decisão tomada pela Justiça americana "põe em perigo a cooperação entre China e Estados Unidos, assim como a confiança mútua", por isso exigiu que os EUA "corrijam seu erro e retirem as acusações".

Segundo o procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, a espionagem chinesa pretendia oferecer vantagens competitivas para empresas estatais do país asiático com a ajuda de uma unidade militar de piratas cibernéticos, a chamada "Unidade 61398", um grupo secreto com sede em Xangai.

Entre as empresas afetadas pela suposta espionagem estão: United States Steel, Alcoa, Westinghouse Electric, SolarWorld, Alleghny Tecnologies e o United Steel Workers, o maior sindicato de trabalhadores da indústria do aço.

O Ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que "o governo da China, o Exército e seu pessoal nunca estiveram envolvidos ou participaram de roubos cibernéticos de segredos comerciais", por isso, as acusações "carecem de fundamento e são absurdas".

Além disso, denunciou que "a China é vítima de graves roubos cibernéticos americanos, assim como de ações de espionagem e grampos", que afetaram instituições oficiais, empresas, universidades e indivíduos do país.

EFE   
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