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CIA admite tortura em interrogatórios de membros da Al Qaeda

11 dez 2014 - 19h35
(atualizado às 20h46)
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<p>Diretor da CIA, John Brennan admitiu que t&eacute;cnicas usadas&nbsp;foram ineficazes, &ldquo;brutais e repugnantes&rdquo;</p>
Diretor da CIA, John Brennan admitiu que técnicas usadas foram ineficazes, “brutais e repugnantes”
Foto: Larry Downing / Reuters

A Agência Central de Inteligência (CIA, sigla em inglês) dos Estados Unidos admitiu nesta quinta-feira (11) que não estava preparada para prender e interrogar os suspeitos pelo atentado contra o World Trade Center, em Nova York, no dia 11 de setembro de 2001. As declarações do diretor da agência, John Brennan, foram dadas em uma entrevista à imprensa, dois dias após a divulgação de um relatório nos Estados Unidos segundo o qual a CIA usou “técnicas de tortura” durante interrogatórios de membros do grupo extremista Al Qaeda, que assumiu a responsabilidade do atentado.

“A CIA navegou em terreno desconhecido, não estávamos preparados. Tínhamos pouca experiência na detenção de prisioneiros e poucos agentes estavam formados para conduzir interrogatórios”, disse John Brennan. Ele também admitiu que as técnicas usadas para interrogar os suspeitos foram ineficazes, “brutais e repugnantes”. A entrevista de Brennan repercute a divulgação de um relatório pela Comissão sobre Serviços de Informação do Senado dos Estados Unidos, divulgado terça-feira (19).

O documento denuncia a detenção de cerca de 100 suspeitos de ligações com a Al Qaeda, no âmbito de um programa secreto autorizado pela administração do então presidente George W. Bush.

“Em nenhum momento, as técnicas de interrogatório reforçadas da CIA permitiram recolher informações relativas a ameaças iminentes, tais como hipotéticos ataques a bomba, que, para muitos, justificavam tais técnicas”, disse a presidente da comissão, a senadora democrata Dianne Feinstein, durante a apresentação de um resumo do relatório.

O documento também acusou a CIA de ter mentido, não só ao público em geral, mas também ao Congresso e à Casa Branca, sobre a eficácia do programa, principalmente ao afirmar que as técnicas usadas podiam permitir “salvar vidas”. No entanto, o relatório sublinhou que as técnicas “eram brutais e bem piores do que a CIA havia descrito aos representantes” do Congresso.

Em 20 conclusões que criticam  a agência, o resumo do relatório da Comissão sobre Serviços de Informação do Senado (atualmente controlado pelos democratas) acusou ainda a CIA de ter submetido 39 detidos a métodos considerados brutais durante vários anos, alguns dos quais não autorizados pelo governo norte-americano. “A CIA usou essas técnicas de interrogatório várias vezes durante dias e durante semanas”, diz o relatório.

Agência Brasil Agência Brasil
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