Convenção reafirma prestígio de Obama entre celebridades
7 set2012 - 12h42
(atualizado em 10/9/2012 às 13h34)
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Ligia Hougland
Direto de Charlotte
Entre a imprensa americana tem se falado que Barack Obama perdeu a posição de estrela que tinha nas eleições de 2008. Mas a Convenção Nacional Democrata serviu como prova de que o presidente dos Estados Unidos ainda tem prestígio suficiente entre as celebridades de Hollywood.
Personalidades de destaque no entretenimento americano compareceram à Convenção Nacional Democrata, em Charlotte, na Carolina do Norte, para reafirmar seu compromisso com o presidente. Obama sempre foi o queridinho das celebridades. De fato, foi Oprah Winphrey, considerada a mulher mais poderosa do mundo do entretenimento dos EUA, a primeira a apresentar o então jovem senador de Chicago aos americanos, durante uma entrevista com Obama que foi ao ar em outubro de 2006.
A convenção americana contou com apresentações de músicos de alta popularidade entre uma ampla gama de grupos da população americana. Entre as atrações estavam a banda Foo Figthers, com grande apelo ao eleitorado jovem, e James Taylor, ídolo da geração de "baby boomers" (pessoas nascidas entre 1946 e 1964). Para atrair o voto dos eleitores de origem latina, os democratas contaram com a voz de Marc Anthony, ex-marido da cantora Jennifer Lopez, para cantar o hino americano. A presença da cantora Mary J. Blige garantiu a satisfação de um eleitorado diverso.
Mulheres dos grupos étnicos hispânico, negro e branco foram representadas pelas atrizes Eva Longoria, Kerry Washington e Scarlett Johansson. Elas compartilharam suas ideologias democratas e declararam suporte ao presidente americano diante do público de cerca de 20 mil pessoas que lotou o Time Warner Cable Arena.
O entretenimento da Convenção Nacional Republicana, realizada em Tampa, na Flórida, na semana passada, não teve o glamour exibido pelo evento democrata. Entre um desfile de músicos desconhecidos, os destaques foram as bandas Three Doors Down e Lynyrd Skynyrd. E o estranho diálogo com uma cadeira interpretado pelo ator Clint Eastwood, a única estrela de Hollywood presente na convenção em Tampa, pode não ter ajudado Mitt Romney a conseguir mais votos, mas, certamente, conseguiu chamar a atenção de eleitores republicanos, democratas e independentes.
Antonio Villaraigosa veio visitar a feira CarolinaFest, a alguns metros do Centro de Convenções, em Charlotte
Foto: Terra
O movimento Young Obama Haters, formado jovens que proclamam ódio ao presidente americano, está presente na convenção para mostrar a decepção com o governo Obama, - ainda que não apoie Mitt Romney ou qualquer outro candidato
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
A Convenção Nacional Democrata serve de cenário para uma sociedade americana diversa: um grupo de manifestantes conservadores contra homossexualismo divide a calçada com ativistas lésbicas
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
"Queremos a verdade de que tanto os político falam, mas só pode ser encontrada em Deus", diz Donna Yarmosh. Ela e o marido, Ken, devido às suas convicções religiosas, não sabem em quem votarão em 6 de novembro. "Obama se diz cristão, mas não pode ser, pois é a favor de casamento homossexual. Romney é mórmon. Não gostamos de nenhum dos dois candidatos", afirma Ken
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
O nigeriano Bassey Edem é fã de Barack Obama e está feliz de ter ganho cidadania americana e tentar reeleger o presidente. Ele está tentando ir à convenção, mas ainda não conseguiu ingresso. "Falaram que tinha ingresso sobrando, mas fico na fila por um tempão depois do trabalho e ainda não consegui nada", diz Bassey
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
"Não é verdade que o presidente Obama não tem mais tanto apoio dos jovens, nós o apoiamos mais do nunca", diz Heather Ross, 26 anos, delegada do Partido Democrata no Texas. A jovem diz que não está decepcionada com a economia e que, desde 2010, seus amigos têm encontrado boas vagas no mercado de trabalho. "Ninguém que se formou comigo na universidade está desempregado", afirma ela
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
A diversidade é a marca registrada da convenção democrata. No Centro de Convenções de Charlotte é possível ver pessoas das mais diversas etnias confraternizando, como este grupo de índios e negros americanos que vieram da Califórnia e de Michigan, respectivamente, para lutar por mais quatro anos de Casa Branca para Barack Obama
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Vestido como o histórico presidente republicano Abraham Lincoln (1860-1865), o jovem Sam Miller, desfila pelas ruas de Charlotte com um cartaz que diz "Republicans for Obama" (Republicanos por Obama). "Não sou republicano de verdade, só estou fazendo isso para debochar deles", admite. Segundo o comediante amador, é muito fácil fazer piada com os membros do partido conservador. "Não é fácil rir de Obama, pois ele não é burro como os republicanos", diz Miller
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Gerord Stevens, que veio de Nova Orleans para participar da Convenção Nacional Democrata, comentou o discurso de Bill Clinton: "claro que sei que eles (Clinton e Obama) não são grandes amigos, mas acreditei na sinceridade do discurso de Clinton, e o abraço dos dois não pareceu forçado," e acrescentou "foi o melhor discurso da carreira de Clinton. Ele ainda é o melhor político do mundo quando é preciso falar com as pessoas."
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Os irmãos membros da seita indiana sikh, Sarabjit Kaur e Amrik Singh, da Califórnia, querem dar mais quatro anos de mandado a Barack Obama porque acreditam que ele é o único candidato que realmente acredita em valores democráticos. "Obama é pela inclusão de todos na sociedade, já Mitt Romney quer a exclusão", diz a professora Sarabjit