Criança em tratamento contra câncer é deportada dos EUA e família relata insegurança: 'O medo é horrível'
A pequena nasceu na cidade de Rio Grande, no Texas, mas os pais são mexicanos
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Uma criança de 10 anos fazia um tratamento contra um câncer no cérebro nos Estados Unidos quando foi deportada com toda sua família para o México. A pequena é cidadã americana, mas seus pais, mexicanos, não tinham os documentos de permanência exigidos. Agora, os familiares dela tentam mobilizar autoridades para que a menina retorne ao país e consiga prosseguir com os cuidados médicos.
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A pequena vivia com os responsáveis e os irmãos de 15, 13, 8 e 6 anos na cidadezinha de Rio Grande, próximo à fronteira com o México. Os pais decidiram sair do país e viver nos Estados Unidos em 2013, mas não regularizaram a situação migratória.
Em tratamento contra um câncer, a criança de 10 anos precisou realizar um exame em um hospital de Houston, a mais de 570 km dali, em fevereiro. Fazer esse trajeto era quase rotineiro, já que parte da equipe médica que tratava a menina atuava na cidade.
À NBC News, a família conta que, só no ano passado, chegou a fazer a viagem cinco vezes. No entanto, no mês passado, eles foram interceptados por autoridades em um posto de controle de imigração. Os responsáveis pela criança já tinham passado por esse tipo de "revista" antes, mas mostravam os pedidos médicos aos oficiais e eram liberados.
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Dessa vez, a conduta policial foi diferente. Os pais, que não tinham documentação legal de imigração, foram presos e deportados. Segundo a mãe, nem a condição de saúde da filha sensibilizou os guardas. "Eles não estavam interessados em ouvir isso", disse.
Além dos responsáveis, todas as crianças que estavam no carro também foram detidas e mandadas embora. Quatro deles nasceram nos EUA e são cidadãos americanos.
Desespero e incerteza
Em 2024, a menina de 10 anos foi diagnosticada com câncer no cérebro e passou por uma cirurgia de remoção do tumor. No entanto, a mãe conta que o inchaço na cabeça não desapareceu completamente e, por isso, a pequena enfrenta dificuldades com a fala e mobilidade do lado direito do corpo.
Antes da família ser deportada dos EUA, a menina frequentemente ia para consultas com médicos e fazia exames para monitorar sua recuperação, além de realizar fisioterapia e tomar remédios para o controle de convulsões. “É uma coisa muito difícil. Não desejo que ninguém passe por essa situação", lamentou a mãe.
Assim que foram parados no posto e as autoridades perceberam que os pais não tinham documentação legal no país, todos foram levados a um centro de detenção, onde a mãe e as filhas foram separadas do marido e dos filhos. Horas depois, a família foi colocada em uma van e largada no lado mexicano de uma ponte do Texas, informou a mulher à NBC.
“O medo é horrível. Eu quase não consigo explicar, mas é algo frustrante, muito difícil, algo que você não desejaria a ninguém”, desabafou a mãe, acrescentando que sua filha doente permaneceu deitada em um chão frio.
Desde então, a família se mudou para uma casa, mas a mãe relata um medo que não passa. Segundo ela, problemas de segurança os mantêm acordados à noite e, por conta disso, as crianças não conseguem ir à escola.
