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Cronologia do caso Manning: do vazamento de informações secretas à condenação

21 ago 2013 - 18h43
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O soldado americano Bradley Manning, analista de inteligência no Iraque, foi condenado nesta quarta-feira por uma corte militar a 35 anos de prisão, além de ter sido expulso das Forças Armadas com desonra pelo vazamento "histórico" de mais de 700 mil documentos para o site Wikileaks.

Desde 2010, o Wikileaks publica centenas de milhares de documentos com informações comprometedoras sobre a atuação dos Estados Unidos nos conflitos armados do Afeganistão e do Iraque, assim como sobre as comunicações de seu serviço diplomático em todo o mundo.

Acompanhe a cronologia dos principais episódios do caso de Manning:.

-Outubro de 2007.- Bradley Manning entra como soldado no exército dos EUA

-Outubro de 2009.- O soldado Bradley Manning é enviado ao Iraque como analista de inteligência para trabalhar na base avançada de operações de Hammer, próxima a Bagdá. Ali ele tem acesso às redes militares SIPRNet (Secure internet Protocol Router Network) e JWICS (Joint Worldwide Intelligence Communications System).

-Fevereiro de 2010.- Manning começa a passar informações para o Wikileaks durante uma licença, incluindo um vídeo ("Colateral Murder") no qual é questionada a versão oficial sobre como o exército americano matou 11 iraquianos, entre eles um fotógrafo e um motorista da "Reuters", em julho de 2007.

-5 de abril de 2010.- O Wikileaks divulga o vídeo "Colateral Murder", vazado por Manning.

-27 de maio 2010.- Manning é detido e transferido ao campo de Arifjan no Kuwait. O soldado é acusado de vários delitos, 22 no total, entre eles o de "ajuda ao inimigo".

-25 de julho de 2010.- A imprensa veicula informações secretas sobre a guerra no Afeganistão, publicadas pelo Wikileaks, que tornou públicos 91 mil documentos relacionados a operações secretas e mortes de civis.

-29 de julho de 2010.- Manning é transferido aos EUA, à base do corpo da Marinha de Quantico (Virgínia), sob um regime de máxima custódia e vigiado por um programa de prevenção a suicídio, com guardas que verificavam se ele estava vivo a cada cinco minutos.

-22 de outubro de 2010.- O Wikileaks publica 391 mil documentos do Pentágono sobre a passividade dos EUA diante de abusos contra presos no Iraque (2004-2009), e dados sobre a invasão deste país em 2003 que causou a morte de 109 mil iraquianos (70 mil deles civis), embora os números oficiais divulgados pelos EUA tenha se restringido a 15 mil civis.

-Novembro de 2010.- Os jornais "The New York Times", "The Guardian", "Le Monde", "Der Spiegel" e "El País" publicam o conteúdo parcial e editado de mais de 250 mil telegramas diplomáticos cedidos pelo Wikileaks.

-Abril de 2011.- Manning é transferido para a prisão militar de Fort Leavenworth (Kansas).

-Agosto de 2011.- Nos últimos cinco dias do mês, o Wikileaks publica cerca de 230 mil telegramas vazados da diplomacia americana, até alcançar 251.287, mas dessa vez são reveladas as identidades de fontes protegidas, que até então se mantinham anônimas.

-De 16 a 22 de dezembro de 2011.- É realizada a audiência preliminar contra o soldado americano Bradley Manning.

-3 fevereiro de 2012.- É determinado que o soldado Bradley Manning seja julgado por uma corte marcial.

-28 fevereiro de 2013.- Manning se declara culpado por vazar documentos secretos, embora defenda a sua inocência em relação a acusações mais graves (como ajuda ao inimigo), e reconhece que passou informações ao Wikileaks para "abrir um debate público" sobre o papel dos Estados Unidos no mundo.

-3 junho de 2013.- Início do julgamento de Manning em Fort Meade (Maryland).

-30 julho de 2013.- Manning é absolvido pelo crime de ajuda ao inimigo, mas é acusado de espionagem no veredicto do julgamento.

-21 agosto de 2013.- A corte militar condena Manning a 35 anos de prisão, e o expulsa das Forças Armadas com desonra pelo vazamento de mais de 700 mil documentos para o Wikileaks. Pelo menos uma década da pena deverá ser cumprida.

EFE   
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