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Cuba e EUA marcam data para 1º encontro após reaproximação

Delegação norte-americana irá a Havana em 21 e 22 de janeiro

8 jan 2015 - 18h39
(atualizado às 19h23)
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Bandeiras cubanas perto da Seção de Interesses dos EUA em Havana, Cuba, em dezembro. 30/12/2014
Bandeiras cubanas perto da Seção de Interesses dos EUA em Havana, Cuba, em dezembro. 30/12/2014
Foto: Enrique De La Osa / Reuters

A primeira rodada de reuniões entre os Estados Unidos e Cuba para iniciar o processo de normalização de suas relações diplomáticas será celebrada em 21 e 22 de janeiro, em Havana, informou nesta quinta-feira a porta-voz do Departamento de Estado americana.

A delegação dos Estados Unidos será liderada pela vice-secretária de Estado para o hemisfério ocidental, Roberta Jacobson, disse a porta-voz, Jen Psaki.

Jacobson viajará a Havana "aproveitando que já tinha sido agendada para esta data uma reunião para discutir assuntos migratórios com as autoridades cubanas", explicou Psaki a jornalistas.

"A decisão de restabelecer relações diplomáticas será um assunto desta reunião, assim como a reabertura de embaixadas, acertos de logística, pessoal, vistos e temas afins", prosseguiu.

Sacerdotes aconselham EUA e Cuba a agirem com inteligência:

Psaki disse que os detalhes sobre a formação da delegação ainda não foram finalizados e preferiu não apontar quem seria o interlocutor de Jacobson pela parte cubana nestas negociações.

Trata-se, segundo a porta-voz, de uma oportunidade para iniciar o processo de "discutir assuntos específicos, de conversar sobre detalhes logísticos, de forma que, por enquanto, não temos prazos determinados".

Esta rodada de conversações, acrescentou, certamente deverá aprovar um cronograma para os próximos encontros, que permitam avançar em detalhes da normalização das relações.

"Neste momento, nosso foco está em implementar este processo e fazer com que funcione. E o secretário (de Estado, John) Kerry e a vice-secretária Jacobson com toda a certeza estarão à frente do processo", disse.

Nesta quinta-feira, Psaki também afirmou categoricamente que Kerry e sua equipe foram consultados constantemente pela Casa Branca durante a condução das conversas reservadas com as autoridades cubanas.

Estas conversas foram realizadas por dois homens de confiança do presidente Barack Obama, Ben Rhodes e Ricardo Zúñiga, funcionários do Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês), e não por diplomatas do Departamento de Estado.

As negociações secretas foram celebradas durante 18 meses com a ajuda da chancelaria do Canadá e do Vaticano.

"O secretário Kerry e outros consultaram todos os indivíduos nestas negociações, do presidente para baixo, nesta decisão de reabrir nossas relações diplomáticas", afirmou a porta-voz.

Os presidentes de Estados Unidos e Cuba surpreenderam o mundo em 17 de dezembro, ao anunciar que deixariam para trás meio século de diferenças para iniciar conversas para a normalização plena das relações diplomáticas.

O acordo foi selado em definitivo com uma histórica conversa por telefone de quase uma hora entre os líderes americano, Barack Obama, e cubano, Raúl Castro.

O governo de Washington, no entanto, antecipou que a remoção do maior obstáculo das relações bilaterais - o embargo econômico e comercial sobre a ilha - deverá ser negociado com o Congresso americano, já que esta norma está codificada em diversas leis, especialmente a denominada Lei Helms-Burton, assinada por Bill Clinton em 1996.

Nesta semana, Cuba fez os primeiros gestos de reconciliação com os Estados Unidos para libertar uma parte dos 53 detentos que Washington considerava presos políticos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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