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Defesa refuta argumentos "infantis" da acusação contra soldado Manning

26 jul 2013 - 15h16
(atualizado às 15h43)
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Bradley Manning é escoltado na chegada ao tribunal
Bradley Manning é escoltado na chegada ao tribunal
Foto: AFP

A defesa de Bradley Manning iniciou nesta sexta-feira sua exposição final refutando os argumentos qualificados como "infantis" da acusação contra o soldado por vazar mais de 700 mil documentos ao site Wikileaks.

O advogado de defesa David Coombs garantiu que o governo americano segue a "lógica de uma criança" ao apresentar Manning, de 25 anos, como um agente do Wikileaks que realizou vazamentos sistemáticos para obter notoriedade, argumento que fundamentou ontem sua acusação de "ajuda ao inimigo", pela qual a promotoria pede prisão perpétua.

Na opinião de Coombs, Manning era "um jovem iludido e humanista" que ficou atormentado pela realidade da guerra do Iraque, já que, devido a seu trabalho de analista de inteligência, estava exposto a informações e imagens da injustiça e da crueldade do conflito.

Coombs acompanhou seu discurso frente à juíza militar, a coronel Denise Lind, com a reprodução do vídeo "Colateral Damage", que Manning reconheceu ter vazado ao Wikileaks.

O vídeo mostra um ataque aéreo no Iraque que resultou na morte de civis desarmados, entre eles crianças e dois jornalistas da Agência Reuters, enquanto, durante o tiroteio, os soldados fazem comentários técnicos e esperam uma justificativa para atirar.

"(O vídeo) deve ser visto através dos olhos de um homem jovem que se preocupa com a vida humana", pediu Coombs.

O advogado garantiu que Manning era um "informante" e não um traidor e um anarquista, como o descreveu ontem o chefe da equipe da promotoria, Ashden Fein, a quem acusou de tirar as coisas do contexto.

Coombs também discordou da acusação de que Manning opera de maneira indiscriminada e garantiu que o soldado fez uma seleção, já que, do contrário, teria enviado "milhões de documentos".

Além disso, o advogado ressaltou que essa seleção foi feita porque eram "documentos que o povo americano devia conhecer e não ameaçavam a segurança nacional".

O advogado de defesa afirmou em sua declaração que Manning não é um traidor que despreza os EUA, mas um "idealista que queria ajudar o povo americano".

"Manning sentia um dever em relação aos seres humanos, algo que é um bonito sentimento em uma pessoa jovem, isso não é algo antipatriótico ou antiamericano, é na realidade tudo o que embasa a filosofia dos EUA", disse.

EFE   
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