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Democrata O'Malley lança campanha para presidenciais nos EUA

Ele irá disputar a vaga de candidato democrata com Hillary Clinton. Bem humorada, Hillary enviou uma mensagem pelo Twitter ao rival: "bem-vindo à campanha"

30 mai 2015 - 16h54
(atualizado às 17h13)
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Segundo o site da revista Time, Martin O'Malley ligou para Clinton antes de anunciar sua candidatura
Segundo o site da revista Time, Martin O'Malley ligou para Clinton antes de anunciar sua candidatura
Foto: Jim Bourg / Reuters

O ex-governador de Maryland Martin O'Malley embarcou neste sábado na corrida presidencial dos Estados Unidos, posicionando-se como uma alternativa mais progressista em relação à favorita do Partido Democrata, Hillary Clinton.

Pedindo o retorno do "sonho americano" que, segundo ele, "está por um fio", O'Malley declarou: "sou um candidato à Presidência dos Estados Unidos e estou concorrendo por você".

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Em discurso na cidade de Baltimore, da qual foi prefeito por sete anos, O'Malley anunciou sua candidatura denunciando as crescentes desigualdades no país.

Além disso, criticou "a extrema pobreza, que conduz à extrema violência", como a que Baltimore viu há algumas semanas após a morte de um jovem negro sob custódia da polícia.

"Setenta por cento dos americanos ganham a mesma coisa ou menos há 12 anos", declarou o candidato em uma tribuna ao ar livre, sob um sol radiante e diante de centenas de pessoas. "É a primeira vez que isso acontece desde o fim da Segunda Guerra Mundial", acrescentou.

O'Malley também condenou "a concentração dada vez maior" do poder econômico nas grandes empresas, em uma crítica velada à favorita para a indicação democrata, Hillary Clinton, pela benevolência que, segundo detratores, a ex-primeira-dama receberia de Wall Street.

"Tenho notícias" para a elite de Wall Street: "a Presidência não é uma coroa que é passada uma e outra vez entre duas famílias reais", disse, em alusão às declarações do presidente do Goldman Sachs, que declarou seu apoio tanto à candidatura de Hillary quanto à do republicano Jeb Bush.

A Casa Branca já foi ocupada pelo marido de Hillary, Bill Clinton (1993-2001), e por dois membros da família de Bush: seu pai, George H.W. (1989-1993), e seu irmão, George W. (2001-2009).

Bem humorada, Hillary Clinton enviou uma mensagem pelo Twitter ao rival no sábado: "bem-vindo à campanha, governador O'Malley. Fico feliz em debater por comunidades e famílias mais fortes".

Obama estreia nova conta no Twitter e interage com seguidores:

Segundo o site da revista Time, Martin O'Malley ligou para Clinton antes de anunciar sua candidatura, em uma conversa qualificada de curta e cordial, segundo duas fontes que tiveram conhecimento do diálogo.

Casado e pai de quatro filhos, Martin O'Malley, de 52 anos, é um amante da música, que não hesita em subir ao palco com sua banda, a "O'Malley's March".

O candidato chama atenção pela sua capacidade de atrair os eleitores abaixo dos 40 anos, embora tenha se abstido de criticar Hillary, de 67 anos, por sua idade.

Quando foi governador de Maryland, ele legalizou o casamento entre pessoas de mesmo sexo, aboliu a pena de morte e aumentou o salário mínimo, entre outras pautas apreciadas pelo Partido Democrata, que o deixam bem parado.

No entanto, sua passagem pela administração de Baltimore, onde adotou uma política de mão dura contra a delinquência, aparece como uma faca de dois gumes depois dos recentes distúrbios que deixaram em evidência as fortes desigualdades sociais da cidade.

Segundo uma pesquisa da Universidade de Quinnipac, publicada na quinta-feira, Martim O'Malley conta com apenas 1% das intenções de voto dos democratas, muito longe de Hillary Clinton (57%), de Bernie Sanders (15%) - o senador de Vermont de 73 anos que também disputa a indicação do partido - e, até mesmo, do vice-presidente Joe Biden (9%), que ainda não anunciou sua candidatura.

Poucos analistas acreditam que a candidatura de O'Malley possa representar uma ameaça para Hillary. Mas se algo afetar a corrida da ex-secretária de Estado nas primárias, o panorama pode mudar por completo.

Neste sábado, O'Malley se disse favorável a "um salário mínimo maior", a melhorias no regime de horas extras e de representação sindical, assim como uma "reforma exaustiva da imigração", que permita tirar da sombra "11 milhões de nossos vizinhos" sem estatuto legal nos Estados Unidos.

O'Malley também manifestou sua oposição ao acordo Transpacífico (TPP), que os Estados Unidos estão negociando com 11 países da bacia oceânica para criar uma ampla zona de livre comércio.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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