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Desenhos de soldado mostram vida em trincheiras da 1ª Guerra

Horrores e momentos idílicos na frente de batalha ilustram cartões postais enviados por jovem alemão à sua noiva

4 set 2014 - 10h59
(atualizado às 11h01)
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Os soldados alemães que lutaram na Primeira Guerra Mundial recebiam cartões postais em branco para enviar a suas famílias ansiosas por notícias. Alguns escreviam cartas detalhadas, mas o jovem Otto Schubert criou neles pequenas obras de arte.

Schubert tinha 23 anos à época de sua convocação, em 1914. Durante o tempo em que ficou em batalha, fez dezenas de cartões postais para sua noiva, Irma, com desenhos que contavam os detalhes do dia a dia nas trincheiras.

Cem anos depois, cerca de 70 desses cartões estão sendo expostos na galeria Pepco Edison Place, na capital americana, Washington.

"Os cartões postais não são muito reveladores pelo que ele escreveu, mas pelo que ele pintou", disse à BBC uma dos curadoras da exposição, Marion Deshmukh, professora de História Cultural da Alemanha e Europa na Universidade George Mason, em Virgínia.

Os postais pertencem a outra curadora da exposição, Irene Gunther. Foram encontrados quando a especialista estava mexendo em objetos de sua família, que era ligada à arte alemã.

"Basicamente, permaneceram em uma caixa por cem anos", diz o correspondente da BBC em espanhol em Washington, Thomas Sparrow.

Horror e idílio

Schubert recriou no papel o rastro de destruição que a guerra deixava. Mas ele também ilustrou momentos mais calmos.

"A Primeira Guerra Mundial foi horrível, mas houve meses em que os soldados não faziam muita coisa", diz Deshmukh. "Alguns dos cartões-postais são cenas quase idílicas do campo francês e nem dá para saber que tinha uma guerra em andamento."

A exposição em Washington também mostra outros exemplos de arte feita por soldados e civis na guerra e tenta "humanizar" o conflito, mostrando como os indivíduos suportaram e interpretaram a guerra que durou de 1914 a 1918.

Os curadores dizem que 7 milhões de cartões postais foram trocados durante esses quatro anos, com pinturas, textos e outras formas de expressão.

"Hoje poderíamos chamar isso de uma espécie de Twitter da época", escreveram Deshmukh e Günther, em um dos ensaios que acompanham a exposição.

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