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Diretor do FBI questiona se Trump foi atingido por bala ou estilhaço

Ex-presidente e aliados afirmam que o ferimento na orelha foi causado por uma bala que passou raspando

25 jul 2024 - 16h37
(atualizado às 18h27)
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Christopher Wray
Christopher Wray
Foto: REUTERS/Nathan Howard

O diretor do FBI Christopher Wray afirmou nesta quarta-feira, 24, a uma comissão na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, que ainda não se tem certeza se o ex-presidente Donald Trump foi atingido por uma bala ou por estilhaços no atentado que ocorreu dia 13 de julho. A fala dele aconteceu no mesmo dia em que a Câmara aprovou a criação de uma força-tarefa para investigar o ataque. As informações são do jornal O Globo. 

Desde o ocorrido, Trump e seus aliados afirmam que o ferimento na orelha do ex-presidente foi causado por uma bala que passou raspando.

No sábado, o ex-médico e ex-deputado Ronny Jackson divulgou um comunicado informando que o rastro da bala provocou um ferimento de 2 cm na orelha do republicano, resultando em sangramento, mas sem a necessidade de pontos.

Jackson declarou que o projétil passou a centímetros da cabeça de Trump, o que poderia tê-lo matado instantaneamente. Esse argumento foi amplamente explorado durante a Convenção Nacional Republicana, que confirmou Trump como candidato à Presidência.

Wray, no entanto, questionou essa versão. "Com relação ao ex-presidente Trump, há dúvidas sobre se foi ou não uma bala ou estilhaço que atingiu sua orelha", disse à Comissão do Judiciário da Câmara.

A carta de Jackson tem sido, até agora, a principal declaração sobre a saúde do ex-presidente. Os médicos que cuidaram do tratamento inicial não se pronunciaram, e Trump não divulgou exames que teriam sido feitos após o atentado.

Os investigadores afirmam que o atirador, Thomas Crooks, utilizou um fuzil semelhante a um AR-15 e efetuou oito disparos em um intervalo de seis segundos.

No depoimento à Câmara, Wray afirmou que Crooks esteve na cidade de Butler, local do ataque, dias antes do atentado, e usou um drone duas horas antes do ataque; o drone foi apreendido no carro do atirador. Na véspera do ataque, ele visitou um clube de tiro e, pouco antes de disparar contra Trump, comprou 50 balas de fuzil.

Wray confirmou que, além do drone, uma quantidade significativa de explosivos foi encontrada no carro de Crooks. A arma usada foi comprada do pai dele em outubro de 2023.

Durante a sessão, Wray revelou que o atirador realizou buscas no Google sobre Lee Harvey Oswald, o homem que assassinou o presidente John Kennedy em 1963, em Dallas. De acordo com o diretor do FBI, o atirador pesquisou sobre figuras públicas, incluindo Trump e o atual presidente Joe Biden. Aparentemente, ele teria decidido atacar o republicano em 6 de julho. Nesse dia, ele investigou a distância em que Oswald atirou contra Kennedy e se inscreveu para participar do comício em Butler.

"Acho que podemos dizer que ainda não temos uma imagem clara sobre suas motivações", declarou Wray. Mesmo pressionado, ele afirmou em diversas ocasiões que não poderia tornar públicos alguns detalhes para não atrapalhar o rumo das investigações. Wray também recusou a comentar sobre as falhas na segurança e sobre a atuação do Serviço Secreto, assim como não falou sobre o fato de Crooks ter conseguidp efetuar oito tiros.

"Isso é algo que ainda estamos investigando", disse ele.

O testemunho do diretor do FBI ocorreu no mesmo dia em que os deputados aprovaram a formação de uma comissão para investigar o atentado contra Trump, em um raro momento de união bipartidária. A força-tarefa será composta por sete republicanos e seis democratas, e terá autoridade para emitir intimações, similar ao que foi feito em investigações anteriores, como a da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

Fonte: Redação Terra
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