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Estados Unidos

Dos EUA: grupo 'vive' como se estivesse na Idade Média

Grupo de reencenação histórica tem 30 mil integrantes e ganha popularidade com o seriado Game of Thrones

13 jun 2014 - 08h47
(atualizado em 8/7/2014 às 18h24)
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Grupo de reencenação da Idade Média vem ganhando popularidade nos Estados Unidos graças ao seriado de televisão Game of Thrones
Grupo de reencenação da Idade Média vem ganhando popularidade nos Estados Unidos graças ao seriado de televisão Game of Thrones
Foto: Carla Ruas / Especial para Terra

O americano Robert Huttinger, 41, trabalha como Web Developer e passa a maior parte do seu tempo olhando para a tela de um computador. Mas, no final de semana, ele desliga os aparelhos eletrônicos e se transforma em um soldado medieval, munido de armadura metálica, espada e escudo. É que, nas horas vagas, Huttinger faz parte de um grupo de reencenação da Idade Média, que vem ganhando popularidade nos Estados Unidos, graças ao seriado Game of Thrones.

Robert Huttinger, 41, trabalha como Web Developer, mas, nas horas vagas, se transforma em um soldado medieval
Robert Huttinger, 41, trabalha como Web Developer, mas, nas horas vagas, se transforma em um soldado medieval
Foto: Carla Ruas / Especial para Terra

Huttinger é apenas um dos 30 mil integrantes da SCA (Sociedade para o Anacronisco Criativo, em português), a maior organização de entusiastas da Idade Média do mundo. Os participantes realizam encontros regionais onde, por alguns dias, deixam de lado a tecnologia, carros e energia elétrica para experimentar uma vida medieval. “É uma forma de desligar do dia a dia e viver outra época”, afirma Lorraine Rovig, 65, uma das coordenadoras do Reino Atlantia, uma subdivisão nos Estados Unidos.

A prática vem ganhando popularidade entre os americanos, em parte por causa do Game of Thrones – um seriado de fantasia épica do canal HBO que tem uma audiência média de 18,4 milhões de espectadores. Mas para se juntar ao SCA, é necessário se manter fiel aos fatos históricos: “A Idade Média é um período bem amplo e tem muitas coisas que a gente não sabe, mas a gente tenta recriar com precisão”, afirma Lorraine. O grupo inclusive conta com historiadores que ajudam na reprodução de vestimentas, armas e objetos da época.

Steve Chadwick, 31, queria praticar lutas medievais como as que assistia no seriado Game of Thrones
Steve Chadwick, 31, queria praticar lutas medievais como as que assistia no seriado Game of Thrones
Foto: Carla Ruas / Especial para Terra

Um dos mais novos integrantes do Reino Atlantia, Steve Chadwick, 31, é fã de Game of Thrones e resolveu se juntar ao grupo para praticar lutas medievais. “Acho que o seriado fez com que as pessoas se interessassem mais por este período histórico”, diz. Durante os acampamentos, que ocorrem em áreas rurais, ele tem a oportunidade de praticar atividades temáticas, como arco e flecha, arremesso de machados e balestra, além de participar de simulações de batalhas medievais.

Num desses eventos no estado Maryland, Chadwick está vestido a caráter: usa uma toga marrom com um cinto de couro amarrado na cintura. E ao se apresentar, pede para ser chamado de Forster - o seu personagem da Idade Média. Assim como os outros participantes, ele foi instruído a adotar uma identidade da época, com base em documentos históricos: “Aqui eu sou um caçador que mora no norte da Inglaterra”, explica.

Para completar a fantasia, Chadwick (ou Forster) dorme numa tenda que lembra a arquitetura medieval, e até usa cadeiras de madeira que são réplicas de móveis daquele período. Segundo ele, a ideia é se transportar para a Idade Média para esquecer o estresse do trabalho: “Funciona bem porque eu sou mecânico e, na Idade Média, não haviam carros”, diz. 

Bary Sears, 62, desliga o celular e tira o relógio de pulso para fingir que está na Idade Média
Bary Sears, 62, desliga o celular e tira o relógio de pulso para fingir que está na Idade Média
Foto: Carla Ruas / Especial para Terra

Outro participante, Bary Sears, 62, também aproveita os eventos para relaxar e passar mais tempo ao ar livre. Sears passa a semana numa mesa de um escritório do governo federal. Mas quando participa de um acampamento, ele assume a identidade Barre Fitz Robert, um comerciante Viking que não usa relógio de pulso ou celular. “Quando estou aqui não preciso saber que horas são”, afirma.

Sears (ou Fitz Robert) também aproveita para passar mais tempo com a família, já que sua mulher e filha o acompanham no grupo. “Eu pratico arco e flecha, enquanto a minha mulher se interessa por culinária medieval”, diz. Ela prepara receitas como carne com cevada e legumes assados, usando um fogão de acampamento. E a sua filha tem a oportunidade de experimentar tecelagem, caligrafia, joalheria e bordados temáticos.

Durante o evento, participantes simulam batalhas da Idade Média com lanças e espadas
Durante o evento, participantes simulam batalhas da Idade Média com lanças e espadas
Foto: Carla Ruas / Especial para Terra
Batalhas medievais: “Dá uma adrenalina danada”

No meio das barracas cerca de 100 soldados se enfrentam com lanças e espadas no que parece ser uma batalha brutal da Idade Média. Do meio do grupo sai Sharol Abramson, 47, exausta após “brincar” de batalha medieval por quase uma hora abaixo de um sol escaldante. Ela garante que tudo é uma grande brincadeira e que as armas são inofensivas, mas diz que os soldados se enfrentam com toda a força. “Não é fácil. Mas é divertido e dá uma adrenalina danada”, diz.

Abramson é uma assistente administrativa que assumiu a identidade medieval de uma guerreira italiana chamada Livia D. Samuel. Ela participa dos encontros há seis anos, período no qual fez muitos amigos e até conheceu o namorado, com quem luta lado a lado nas batalhas. “Parte da diversão está em conviver com pessoas que tem os mesmos interesses”, afirma.

Os entusiastas da Idade Média têm a oportunidade de praticar esportes da época, como o arremesso de machados
Os entusiastas da Idade Média têm a oportunidade de praticar esportes da época, como o arremesso de machados
Foto: Carla Ruas / Especial para Terra

Durante as batalhas, os participantes resolvem disputas fictícias entre os reinos, além de contribuírem para a escolha de novos reis, rainhas e barões no grupo. É também uma oportunidade para testar as armaduras medievais que eles mesmos produzem, desde espadas até capacetes. Abramson fez o seu próprio escudo, que lhe garante um pouco mais de tempo na brincadeira, já que ela só deixa a batalha quando é atingida na cabeça ou em alguma parte do corpo que seria fatal, caso estivesse na Idade Média.      

Fonte: Especial para Terra
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