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Economia é 'calçanhar de Aquiles' de Obama nas eleições

3 set 2012 - 19h26
(atualizado às 19h51)
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Uma simples pergunta sobre a economia pode expor o "calcanhar de Aquiles" do presidente americano, Barack Obama, que tenta convencer os eleitores a renovar seu mandato na Casa Branca: "o país está melhor que há quatro anos?".

Entre os motivos para a troca está o não cumprimento da promessa de criação de empregos, feita em 2008. Hoje, 23 milhões de pessoas estão desempregadas, pararam de procurar emprego ou estão sub empregados, disse Romney
Entre os motivos para a troca está o não cumprimento da promessa de criação de empregos, feita em 2008. Hoje, 23 milhões de pessoas estão desempregadas, pararam de procurar emprego ou estão sub empregados, disse Romney
Foto: Evan Vucci / AP

A questão fundamental é que a resposta da maioria dos americanos para esta pergunta é que a situação econômica piorou nos Estados Unidos durante o primeiro mandato de Obama.

Quando assumiu o cargo em janeiro de 2009, o desemprego atingia 7,8% dos americanos e hoje o índice subiu para 8,3% da população ativa, após ter chegado a 10% durante o auge da crise.

Uma a cada 686 residências estava sob processo de penhora em julho, segundo a consultoria RealtyTrac, enquanto o Gallup aponta que 43% dos americanos consideram que as condições econômicas atuais são ruins e que dois a cada três cidadãos pensam que a situação vai piorar. Segundo o centro de pesquisas Pew, 49% dos adultos americanos se consideram hoje na classe média, contra 53% em 2008.

A convenção do Partido Democrata começa nesta terça-feira, na Carolina do Norte, onde Obama será oficialmente designado candidato à reeleição em 6 de novembro. Os democratas precisarão explicar agora aos eleitores por que há quatro anos venceram com o discurso de "esperança" e "mudança" e o panorama está tão sombrio hoje.

"Vamos utilizar esta convenção para responder as perguntas, vamos ter uma conversa honesta sobre onde estava o país em 2008", disse o porta-voz da Casa Branca Ben LaBolt. "Há quatro anos, a economia nacional "perdia 800 mil empregos ao mês e 3,5 milhões nos seis meses anteriores à chegada de Obama à Casa Branca" e o setor industrial estava em decadência, especialmente a indústria de automóveis.

O argumento da "herança maldita" parece ter certa influência sobre o eleitorado. Uma recente pesquisa do instituto Pew mostrou que 44% dos eleitores da classe média atribuem ao governo do republicano George W. Bush o estado atual da economia, contra 34% que culpam a administração de Obama.

Um debate honesto sobre os últimos quatro anos deverá levar em conta os progressos realizados, assim como as tempestades e o fato de a Casa Branca ter uma influência limitada sobre a solução dos problemas econômicos. Os preços do petróleo subiram devido à "primavera árabe", o comércio exterior se viu duramente afetado pelo tsunami no Japão e a crise fiscal atingiu intensamente a Europa.

No plano interno, a Câmara de Representantes, dominada pela oposição republicana, bloqueou as tentativas do governo democrata de estimular a economia, o que teria contribuído para acelerar a recuperação do país, afirmam especialistas.

Segundo a agência de classificação de risco Fitch, as políticas federais conseguiram nos dois últimos anos fazer a economia avançar 4%, "o que contribuiu para se evitar uma recessão mais longa e profunda". Mas o discurso de Obama na convenção democrata, na noite da próxima quinta-feira, não deve falar do passado e sim do futuro, atraindo os eleitores para mais quatro anos com o atual governo.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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