Biden exalta Kamala, fala em transição pacífica e pede fim da polarização
Joe Biden fez o primeiro pronunciamento após a vitória de Trump nas eleições dos Estados Unidos
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez seu primeiro discurso após a vitória de Donald Trump nas eleições. Biden falou diretamente da Casa Branca nesta quinta-feira, 7, às 11h do horário local (13h no horário de Brasília). O rápido discurso teve cerca de sete minutos de duração.
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Na presença da família, o presidente reforçou que a transição de governo deve acontecer de forma pacífica, como havia sido reiterado por Kamala Harris, adversária de Trump e vice-presidente dos EUA. Ela discursou na quarta-feira, 6, na universidade de Howard, em Washington D.C., onde se formou.
Biden falou que a decisão da maioria deve ser respeitada, e elogiou Kamala Harris pela campanha eleitoral, pedindo o fim da polarização.
"Ontem, falei com o presidente eleito Trump para parabenizá-lo por sua vitória e garanti a ele que minha administração inteira vai trabalhar com sua equipe para assegurar uma transição pacífica e ordeira. É isso que o povo americano merece. Também falei com a vice-presidente Harris, que tem sido uma parceira e uma servidora pública dedicada. Ela liderou uma campanha inspiradora", elogiou o presidente.
Pelo fim da polarização, Biden disse: "Para alguns, este é um momento de vitória; para outros, um momento de perda. Campanhas são disputas de visões opostas, e o país escolhe uma delas. Aceitamos a escolha que o país fez. Já disse muitas vezes: você não pode amar seu país apenas quando vence, e não pode amar seu próximo apenas quando concorda com ele."
Ele pediu que a população não ponha mais em dúvida o sistema eleitoral dos Estados Unidos, e cobrou respeito aos voluntários e funcionários que trabalharam nas eleições.
"Os retrocessos são inevitáveis, mas desistir é imperdoável. Ficaremos bem, mas precisamos continuar engajados e manter a fé", disse.
No discurso, Biden também aproveitou para destacar o legado do seu governo: "Não se esqueçam de tudo o que realizamos; foi uma presidência histórica, não por minha causa, mas pelo que fizemos juntos por todos os americanos", afirmou o presidente americano "Estamos deixando para trás a economia mais forte do mundo, e, embora as pessoas ainda estejam sofrendo, as coisas estão mudando rapidamente. Juntos, mudamos a América para melhor. Temos mais 74 dias para concluir este mandato, e estamos comprometidos a fazer cada dia valer", completou.
Biden falou com Trump em uma ligação na última quarta-feira, 6, parabenizando pela eleição e fazendo um convite para que o magnata fosse à Casa Branca para discutir a transição de governo. Trump aceitou o convite.
Vale lembrar que há 4 anos, quando Biden assumiu a Casa Branca, Trump não o recebeu para o processo de transição do governo, quebrando uma tradição norte-americana.
Leia na íntegra o discurso de Joe Biden a seguir.
"Por mais de 200 anos, a América tem levado adiante o maior experimento de autogoverno da história mundial. E isso não é exagero; é um fato. O povo vota e escolhe seus próprios líderes pacificamente, e vivemos em uma democracia onde a vontade do povo prevalece.
Ontem, falei com o presidente eleito Trump para parabenizá-lo por sua vitória e garanti a ele que minha administração inteira vai trabalhar com sua equipe para assegurar uma transição pacífica e ordeira. É isso que o povo americano merece. Também falei com a vice-presidente Harris, que tem sido uma parceira e uma servidora pública dedicada. Ela liderou uma campanha inspiradora, e todos puderam ver algo que aprendi há muito tempo: a profundidade de seu caráter. Ela tem uma força inabalável e um verdadeiro caráter. Ela deu tudo de si, e ela e sua equipe devem se orgulhar da campanha que fizeram.
A luta pela alma da América tem sido constante desde a nossa fundação e continua vital até hoje. Para alguns, este é um momento de vitória; para outros, um momento de perda. Campanhas são disputas de visões opostas, e o país escolhe uma delas. Aceitamos a escolha que o país fez. Já disse muitas vezes: você não pode amar seu país apenas quando vence, e não pode amar seu próximo apenas quando concorda com ele. Espero que possamos nos ver não como adversários, mas como americanos e trabalhar para acalmar os ânimos.
Também espero que possamos encerrar as dúvidas sobre a integridade do sistema eleitoral americano. Ele é honesto, justo, transparente e pode ser confiado, ganhando ou perdendo. Espero que possamos restaurar o respeito por nossos trabalhadores eleitorais, que se dedicaram e assumiram riscos. Muitos deles são voluntários, fazendo isso por amor ao seu país, e merecem nosso agradecimento por estarem nos locais de votação, contando votos e protegendo a integridade da eleição.
Como cidadãos, cumprirei meu dever como presidente. Vou honrar meu juramento e a Constituição. No dia 20 de janeiro, teremos uma transferência pacífica de poder aqui na América. A todos os nossos incríveis funcionários, apoiadores, membros do gabinete e todos os que estiveram comigo nesses últimos quatro anos: muito obrigado. Vocês colocaram muito de si nos últimos quatro anos. Sei que é um momento difícil, e eu escuto vocês e vejo vocês. Não se esqueçam de tudo o que realizamos; foi uma presidência histórica, não por minha causa, mas pelo que fizemos juntos por todos os americanos.
Grande parte do nosso trabalho já está sendo sentido pelo povo americano, e o resto será sentido na próxima década. Aprovamos leis que estão apenas começando a fazer efeito, com mais de um trilhão de dólares em obras de infraestrutura que vão mudar vidas em comunidades rurais e em dificuldades. Leva tempo para ver os efeitos completos, mas construímos uma base sólida para o futuro.
Estamos deixando para trás a economia mais forte do mundo, e, embora as pessoas ainda estejam sofrendo, as coisas estão mudando rapidamente. Juntos, mudamos a América para melhor. Temos mais 74 dias para concluir este mandato, e estamos comprometidos a fazer cada dia valer. Essa é nossa responsabilidade com o povo americano.
Retrocessos são inevitáveis, mas desistir é imperdoável. Todos nós caímos, mas a medida do nosso caráter é o quão rápido nos levantamos. A derrota não significa que estamos derrotados. Podemos ter perdido essa batalha, mas a América dos nossos sonhos ainda nos chama a nos levantar. Essa tem sido a história da América por mais de 240 anos, e é uma história para todos nós.
O experimento americano continua. Vamos ficar bem, mas precisamos continuar engajados, seguir em frente e, acima de tudo, manter a fé. Estou muito orgulhoso de ter trabalhado com todos vocês. Que Deus abençoe a todos vocês, que Deus abençoe a América e que Deus proteja nossas tropas. Obrigado. Obrigado. Obrigado."
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