Confusão antes do comício de Trump tem 5 detidos e 2 feridos
Por segurança, o pré-candidato à presidência dos EUA adiou seu comício em Chicago
Os distúrbios ocorridos na sexta-feira (11) entre simpatizantes e opositores do pré-candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, em Chicago, que o levaram a adiar seu comício, resultaram na prisão de cinco pessoas, enquanto dois policiais ficaram feridos, um deles ao ser atingido por uma garrafa na cabeça.
Em entrevista coletiva no fim da noite de sexta, o superintendente da polícia de Chicago, John Escalante, confirmou as cinco detenções: duas delas realizadas pela polícia de Chicago e outras duas pelos agentes do campus da Universidade de Illinois, onde o comício seria realizado.
A quinta detenção foi a do jornalista do canal CBS News, Sopan Deb, que foi preso por motivos ainda desconhecidos pela polícia estadual de Illinois. Dois policiais ficaram feridos, mas sem gravidade, um deles ao ser atingido por uma garrafa na cabeça.
Trump foi obrigado a adiar o comício em Chicago e transferi-lo para outra data devido aos enfrentamentos violentos entre opositores e partidários do magnata.
As câmeras das principais emissoras do país mostraram imagens de confrontos violentos entre críticos e defensores do pré-candidato, tanto dentro do Pavilhão Chicago da Universidade de Illinois, onde aconteceria o evento, como nos arredores do recinto.
"Após um encontro com agentes da lei, Trump determinou que, pela segurança das centenas de milhares de pessoas reunidas dentro e nos arredores do pavilhão, o comício de hoje será adiado para outra data. Muito obrigado por sua presença e, por favor, saiam em paz", afirmou o comunicado da campanha do magnata.
Enquanto uma grande concentração de pessoas rodeava o pavilhão, dentro dele os manifestantes gritavam "Bernie, Bernie!", em referência ao pré-candidato democrata Bernie Sanders. Um dos manifestantes chegou a subir no palanque no qual Trump falaria, mas logo foi rendido pelos agentes de segurança.
Após ter anunciado o cancelamento do evento, Trump falou para as principais emissoras de televisão dos EUA e lamentou que a liberdade de expressão, um direito reconhecido pela Constituição do país, tenha sido "violado" e que o país esteja tão dividido e furioso que "já não é possível realizar comícios". Além disso, o magnata garantiu que é preciso "recuperar empregos para as pessoas" para assim pôr fim à violência.
Seus adversários na disputa republicana também reagiram ao ocorrido. O senador Ted Cruz rotulou os incidentes de "consequência previsível" da retórica de Trump e de seus posicionamentos a respeito dos manifestantes.
Já o senador Marco Rubio emitiu um comunicado em que vinculou o sucedido à "divisão criada durante oito anos" pelo presidente Barack Obama entre "os que têm e os que não, entre linhas raciais, étnicas e de gênero para ganhar as eleições".
Rubio também criticou o fato de Trump ter sido privado de sua liberdade de expressão e acusou "a esquerda" de ter a convicção que, "se não você gosta do que alguém diz, tem o direito de calá-lo, como ocorre em muitos campus universitários ao longo dos EUA".
Os protestos pelo comício do pré-candidato presidencial tinham sido organizados há dias por uma coalizão de ativistas, estudantes, religiosos e políticos da cidade, entre eles várias organizações latinas e afro-americanas.
A tensão foi crescendo durante os últimos dias nos comícios de Trump e em um deles na última quarta-feira, na Carolina do Norte, um dos presentes socou um manifestante negro depois que este interrompeu o evento a gritos.