Eastwood admite improviso com cadeira vazia em convenção
7 set2012 - 17h29
(atualizado às 17h51)
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Clint Eastwood decidiu no último minuto acrescentar uma conversa com uma cadeira vazia, simulando falar com o presidente americano Barack Obama, quando fez seu discurso na Convenção Republicana na semana passada, disse o ator em uma entrevista nesta sexta-feira.
Em seu primeiro comentário público depois do furor que este ato causou, o ícone de Hollywood disse que tinha deixado claro aos assessores do candidato republicano, Mitt Romney, que ia fazer o que quisesse. "Eles examinam o que a maioria das pessoas vão dizer (...) mas eu disse a eles: 'Não podem fazer isso comigo porque eu não sei o que vou dizer'", afirmou Eastwood ao jornal local de Carmel (Califórnia, oeste), o Carmel Pine Cone.
"Queria demonstrar três pontos: que nem todo mundo em Hollywood é de esquerda, que Obama quebrou muitas das promessas que fez quando assumiu o governo e que as pessoas devem se sentir livres para criticar qualquer político que não esteja fazendo um bom trabalho".
"Mas não tinha muito claro o que ia dizer", afirmou. O ator e diretor de 82 anos esboçou seu discurso pouco antes de ir à Convenção Nacional Republicana em Tampa, Flórida (sudeste). A ideia do bate-papo com a cadeira vazia, em que conversou com um Obama invisível, lhe ocorreu quando aguardava nos bastidores, pouco antes de sua participação.
"Havia uma cadeira ali e um cara me perguntava continuamente se queria me sentar", disse Eastwood, ganhador de quatro prêmios Oscar."Então tive a ideia. Colocarei a cadeira no cenário e conversarei com o senhor Obama, perguntando a ele por que não cumpriu as promessas que fez a todo mundo".
Finalmente, a lenda de Hollywood roubou a cena da convenção republicana, mas talvez não como esperava: não recebeu críticas muito boas pela encenação, considerada ridícula pelos colegas em Hollywood.
O discurso foi motivo de piada no Twitter - a conta @InvisibleObama ganhou mais de 50 mil seguidores em menos de 24 horas - e a palavra "eastwooding" se transformou em um novo verbo em inglês, significando o ato de falar com uma cadeira vazia.
Historicamente, o Partido Republicano não tem muito sucesso entre os jovens, mas eventualmente aparecem exceções. Uma delas é Evan Draim, que, com 17 anos, é o delegado mais jovem da Convenção Republicana de 2012. Crítico de Obama, Draim apoia Romney em nome de um futuro com emprego e sem dívidas. "Quando Obama assumiu a presidência, não possuía um histórico próprio para lidar com a crise econômica. (...) Mitt Romney, sim, tem este passado, e nele os jovens podem confiar"
Foto: Terra
Amy Kremer, uma das fundadoras do movimento conservador Teay Party, com sua filha Kylie em frente à Convenção Republicana. Apesar dos números femininos favoráveis a Obama e de uma suposta guerra dos republicanos contra as feministas, diz ela, o GOP nada tem contra a participação das mulheres na política. Prova seria a presença feminina em Tampa. "Não discuto questões sociais, a minha prioridade é a economia e a criação de empregos", diz Amy
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Michael M. O'Brien é um dos conservadores mais passionais de Washington. "O fato de Romney ser mórmon me incomoda e não acho que ele seja suficientemente conservador. Além disso, ele não é firme nas suas opiniões", diz o católico empresário e escritor, que chegou de Porsche a Tampa. "Obama é um mentiroso e estou aqui em Tampa só para apoiar seu opositor, não importa quem seja. Até mesmo se os EUA ficassem sem presidente seria melhor do que ter mais quatro anos de Obama"
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Ana Puig foi para os Estados Unidos com pouco, estudou, trabalhou e cresceu na vida. Em 2008, quando viu que Obama seria candidato, começou a atuar na política e se alistou às fileiras do Tea Party. "Sempre fui conservadora e acho que o governo não deve ser envolver na nossa vida. Cada um deve tomar conta de si e não depender de dinheiro dado pelo governo", conta ela, hoje profissional de marketing
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
A Igreja Mórmon, da qual Mitt Romney é membro, não aceita o casamento homossexual. Isso, no entanto, não impede que membros do Log Cabin, único movimento gay do Partido Republicano em Tampa, descartem o voto em Romney. "Independentemente das posições políticas, as pessoas estão preocupadas com como pagar o aluguel ou a prestação da casa e por comida na mesa", resume R. Clarke Cooper, diretor-executivo do movimento
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
O estudante universitário, Bryn Dennehy, ainda não se conformou que seu candidato, Ron Paul, não foi nomeado nem poderá ter o nome incluído na cédula da eleição presidencial americana e veio de Oregon à Tampa para protestar. "Em 6 de novembro vou escrever o nome de Ron Paul na cédula", afirma. O estudante diz que o grande apelo de Paul entre os jovens é que o político libertário é contra a intervenção militar americana em outros países e a favor da legalização das drogas
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
"Sou o mais liberal dos democratas, mas votarei no Mitt Romney", diz Bob Kunst, judeu ativista pró-Israel. Pela primeira vez, o manifestante está fazendo campanha para colocar um republicano na Casa Branca. "Meu voto é para defender os Estados Unidos, Israel e, acima de tudo, minha religião"
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Com grande esperança de vendas, o comerciante Richard Moore abriu uma loja temporária em Tampa durante a Convenção Nacional Republicana. Ele oferece produtos para agradar tanto republicanos quanto democratas. "Estamos atendendo cerca de 500 visitantes por dia, mas quase ninguém está comprando produtos pró-Obama", diz. Na semana que vem, Richard estará em Charlotte, na Carolina do Norte, para a Convenção Democrata; lá, ele espera dar vazão ao estoque democrata
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
Sem crachás e solitário, Rich Beeson se parece com um qualquer em Tampa, mas é tão próximo de Romney que, se espirrar, o candidato fica gripado. "Esta campanha será sobre a economia, e ponto", diz Beeson, diretor nacional de política da campanha republicana de 2012 e que já atuara como diretor de política do comitê nacional republicano em 2008. "Esta batalha está tão parelha que não se consegue deslizar um alfinete entre Mitt e Obama. Estamos muito confiantes e preparados para briga"
Foto: Terra
A fazendeira Elaine Adams foi de Kansas a Tampa mostrar seu apoio à candidatura de Mitt Romney. "Romney tem a experiência necessária para tirar o país dessa bagunça. Os fazendeiros estão todos com Romney, pois fazendas são negócios e Romney é pró-negócios". Segundo Elaine, Kansas, que tradicionalmente sempre foi um Estado conservador, está ainda mais republicano nesta eleição presidencial
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
O brasileiro Charlie Gerow, analista e estrategista político, é delegado republicano pelo Estado da pela Pensilvânia. Nasceu em Londrina e passou parte da infância em Niterói. Adotado por missionários americanos que passaram alguns anos no Brasil, ele luta pela eleição de Mitt Romney, de olho também nos interesses do Brasil. "Se Romney for eleito, vou batalhar por um relacionamento fantástico entre os Estados Unidos e o Brasil."
Foto: Ligia Hougland / Especial para Terra
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