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EUA: republicanos conquistam controle do Congresso; confira

Nos Estados Unidos, historicamente, o partido do presidente em exercício perde as eleições legislativas de meio de mandato

5 nov 2014 - 08h40
(atualizado às 08h48)
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<p>O republicano Scott Brown discursa durante campanha ao Senado de New Hampshire</p>
O republicano Scott Brown discursa durante campanha ao Senado de New Hampshire
Foto: Brian Snyder / AFP

Os republicanos conquistaram a maioria no Congresso nas eleições legislativas de meio de mandato nos Estados Unidos. O partido conservador garantiu vitória com votos dos descontentes, em um movimento punitivo contra o presidente Barack Obama, que terá sua influência política e agenda legislativa limitadas nos últimos dois anos de mandato.

Além de assegurar o controle que mantêm desde 2010 na Câmara de Representantes, os republicanos retomaram dos democratas pelo menos sete cadeiras chaves para garantir 52 membros no Senado, que tem 100 integrantes.

O controle total do Congresso por parte dos republicanos não acontecia desde 2006 e determina um horizonte difícil para o fim da presidência a Obama, que acompanhou hoje a disputa da Casa Branca.

"O presidente está seguindo os resultados da Casa Branca e falou com candidatos à Câmara, ao Senado e aos governos estaduais dos dois partidos", disse o porta-voz de Obama, Josh Earnest, em seu perfil oficial no Twitter.

No Senado, a cadeira da Carolina do Norte passou de mãos democratas para republicanas, junto com Arkansas, Dakota do Sul, Montana, Virgínia Ocidental e Colorado, o que dá aos conservadores o controle absoluto do Congresso durante os dois últimos anos de mandato do presidente Barack Obama.

Segundo a emissora "NBC News", entre os políticos que hoje receberam um telefonema de Obama está o vencedor em Arkansas, o republicano Tom Cotton, que superou o senador democrata Mark Pryor.

Além disso, os republicanos conquistaram as cadeiras que pertenciam aos democratas nos estados de Montana, Dakota do Sul e Virgínia Ocidental, onde os senadores democratas estão se aposentando e acabaram abrindo espaço para a oposição.

<p>Mark Udall, do partido Democratas, perdeu as eleições e compareceu a um evento ao lado de sua família na noite desta terça-feira</p>
Mark Udall, do partido Democratas, perdeu as eleições e compareceu a um evento ao lado de sua família na noite desta terça-feira
Foto: Doug Pensinger / AFP

A primeira cadeira a mudar de mãos foi na Virgínia Ocidental, onde a congressista Shelley Moore Capito venceu a democrata Natalie Tennant, que tentava conservar a cadeira que pertencia a seu correligionário Jay Rockefeller, que está se aposentando depois de representar seu estado por 30 anos.

Capito, de 60 anos, marcou outro feito histórico ao se transformar na primeira mulher a representar esse estado no Senado federal em mais de 50 anos.

Além disso, segundo as projeções das emissoras americanas, Mike Rounds venceu o democrata Rick Weiland na Dakota do Sul, enquanto em Montana, o republicano Steve Daines ganhou da democrata Amanda Curtis.

Com a vitória no Colorado do republicano Cory Gardner, que desbancou o senador democrata Mark Udall, os conservadores ficaram a uma cadeira do controle do Senado, o que aconteceu pouco depois como triunfo de Thom Tillis na Carolina do NorteTillis conquistou a cadeira que pertencia à democrata Kay Hagan.

Com 99% dos votos contabilizados, Tillis venceu a senadora Kay Hagan por uma pequena margem de 49% a 47% na disputa mais concorrida para o Senado federal, que consumiu mais de US$ 113 milhões em publicidade.

O candidato David Perdue ganhou uma cadeira no Senado dos Estados Unidos ao derrotar sua rival democrata, Michelle Nunn, na Geórgia, com isso os republicanos confirmaram sua maioria no Congresso americano. Com 92% das urnas apuradas, Perdue tem 55% dos votos, superando a barreira dos 50% necessários para evitar o segundo turno. 

Na Califórnia, um recorde: o democrata Jerry Brown entrou para os livros de história nesta terça-feira ao se transformar no primeiro governador do estado a ser reeleito para um quarto mandato. Com 27% das urnas apuradas, Brown tem 57% dos votos, contra 43% de seu oponente, o republicano Neel Kashkari.

Brown foi governador entre janeiro de 1975 e janeiro de 1983 e foi reeleito novamente em 2010 para um terceiro mandato.

Os eleitores da Carolina do Sul deram a vitória na terça-feira ao primeiro senador negro do sul dos Estados Unidos desde a Guerra de Secessão, informaram os canais de televisão locais. O republicano Tim Scott, de 49 anos, conquistou uma vitória histórica nesta região do sul dos Estados Unidos, onde teve início a Guerra Civil em 1861, que prosseguiu até 1865.

O senador tem uma origem humilde, mas conseguiu triunfar no mundo dos negócios e na política. O seu triunfo contrasta com a derrota de Mia Love, uma candidata de Utah que teria sido a primeira mulher negra republicana eleita para a Câmara de Representantes.

O governador Rick Scott conseguiu a reeleição na Flórida, ao superar por margem mínima o democrata Charlie Crist, o que deixou um estado que pode ser fundamental na eleição presidencial de 2016 sob controle republicano.

Scott, um empresário milionário de 61 anos, recebeu 48,22% dos votos, contra 47,00% de Crist, um advogado de 58 anos que governou a Flórida entre 2007 e 2011 como republicano e tentou voltar ao cargo como democrata, segundo resultados preliminares das autoridades eleitorais do estado. "É hora de deixar as divisões para trás e nos unirmos", disse Scott.

A senadora democrata Jeanne Shaheen venceu o republicano Scott Brown em New Hampshire, segundo as projeções das principais emissoras de televisão americanas que acompanham os resultados do pleito.

O democrata Tom Wolf venceu o atual governador, o republicano Tom Corbett, que tentava a reeleição na Pensilvânia. Wolf foi um dos poucos democratas que fez questão de contar com o apoio de Barack Obama em sua campanha, na qual o presidente participou de um comício no fim de semana passado na Filadélfia.

Repercussões 

Nos Estados Unidos, historicamente, o partido do presidente em exercício perde as eleições legislativas de meio de mandato. Simultaneamente, ocorreram dezenas de referendos nos Estados, especialmente sobre a legalização da maconha, direito ao aborto e aumento do salário mínimo. 

<p>Obama fica em uma situação difícil após eleições que deram maioria absoluta ao partido opositor no Congresso</p>
Obama fica em uma situação difícil após eleições que deram maioria absoluta ao partido opositor no Congresso
Foto: Kevin Lamarque / Reuters

Nas chamadas "midterms", os eleitores renovaram as 435 cadeiras da Câmara de Representantes, 36 das 100 cadeiras do Senado, e 36 dos 50 governadores de Estados.

O presidente Barack Obama admitiu na terça-feira que o mapa eleitoral este ano foi particularmente desfavorável para os democratas. "É, provavelmente, o pior grupo possível de Estados para os democratas desde Dwight Eisenhower", disse Obama à rádio WNPR.

Obama, que foi eleito pela primeira vez em 2008 e reeleito em 2012, chamou os líderes democratas e republicanos no Congresso para discutir na próxima sexta-feira o novo cenário político dos EUA.

Já o líder do Comitê Nacional Republicano (RNC, em inglês), Reince Priebus, disse em comunicado que "o povo americano depositou sua confiança no partido republicano. Isso representa uma rejeição das políticas fracassadas do presidente Obama e do Senado disfuncional de Harry Reid".

O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, reconheceu a vitória dos conservadores e parabenizou o senador Mitch McConnell, que a partir de janeiro ocupará seu posto.

As autoridades eleitorais anunciaram que houve um recorde de eleitores nesta terça-feira, com cerca de 2,7 milhões, e que, desde cedo, era possível ver longas filas nas zonas eleitorais das principais cidades do estado, como Durham, Raleigh, e Charlotte.

Mais de 1,2 milhão dos 6,6 milhões de eleitores do estado votaram antecipadamente, um número 20% maior que nas eleições de meio mandato de 2010.

Com informações da EFE, Reuters e AFP.

Fonte: Terra
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