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Hillary faz da calma sua melhor aliada contra um Trump grosseiro e errático

27 set 2016 - 01h47
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Hillary Clinton escolheu a calma e se fazer de senhora do seu tempo. Essa estratégia foi sua melhor aliada no primeiro debate presidencial contra seu rival republicano, Donald Trump, a quem deixou o caminho livre para exercer seu papel de candidato grosseiro e errático, protagonista das interrupções.

A candidata democrata, tranquila desde o começo, decidiu deixar que o próprio magnata complicasse a si mesmo nas respostas, em uma disputa fosca, na qual, quando foi atacada por seu "temperamento", respondeu com um sorriso irônico que inundou, em minutos, as redes sociais.

A irrupção de um candidato tão atípico como Trump na campanha eleitoral fez com que o debate de hoje fosse um dos mais esperados de todos os tempos, mas assim como o magnata é um político imprevisível para os cidadãos, também o era para a própria Hillary em seu primeiro tête-à-tête.

"Os candidatos tinham diferentes tarefas e desafios esta noite. Hillary presicava encontrar uma maneira de fazer frente a um oponente imprevisível e compensar sua recente queda nas pesquisas. Trump necessitava de uma imagem presidencial", declarou à Agência Efe o professor de Ciência Política da Universidade Nothern Iowa, Justin Holmes.

"Acredito que, em geral, Hillary foi sólida, embora não inspiradora. Trump, no entanto, foi um desastre absoluto", sentenciou o analista.

No entanto, como apontou Arthur Lupia, professor de Ciência Política na Universidade de Michigan, as expectativas postas sobre o magnata eram muito baixas perante uma candidata com uma longa trajetória política e muita experiência nestes tipos de discussões, e, em certos momentos do debate, Trump soube como se conectar com a audiência.

"Um de seus pontos mais eficazes foi quando se perguntou por que alguém que tinha estado na política tanto tempo não tinha podido resolver os principais problemas da economia e da política externa", comentou Lupia.

Segundo sua opinião, o multimilionário acertou apelando aos indecisos e aos moderados nesse sentido, embora tenha vacilado em suas explicações sobre a falta de clareza de suas contas com a Receita Federal.

Trump, que ainda não tornou pública sua declaração de impostos, como é costume entre todos os candidatos presidenciais há décadas no país, tropeçou em seus próprios argumentos e falhou em sua tentativa de pôr sobre a mesa o escândalo dos e-mails de Hillary, a maior sombra de sua campanha.

"Um ponto de inflexão importante será provavelmente a troca sobre a declaração de impostos e os e-mails. A maneira com que (Hillary) levantou várias hipótese sobre por que Trump não publicou sua declaração foi uma brilhante encenação ", analisou Lupia.

"Ao levantar as ideias em forma de perguntas, ao invés de fazer afirmações, a apresentação pode estabelecer o cenário ideal para que se siga questionando o tema nos próximos dias", completou o analista.

Lupia concorda que a democrata lidou bem com o multimilionário pondo em dúvida sua honestidade pagando impostos e não perdendo a calma, mas adverte que, apesar desse ponto anotado, que lhe pode valer a vitória, Hillary não foi concisa e direta apelando às preocupações dos eleitores.

"(Hillary) foi forte nos detalhes, mas inconsistente em relatar seus 'planos' sobre as preocupações dos eleitores. Sua repetição da palavra 'planejar' inadvertidamente reforçou a narrativa de Trump de porque esperou tanto tempo (para solucionar as coisas)?", alertou o professor.

Para Aaron Kall, diretor de debates na Universidade de Michigan, a vitória foi para Hillary, mas apertada.

"A secretária Clinton fechou com uma impressionante bateria de ataques contra Donald Trump e obteve a vitória em um acirrado debate", disse Kall à Efe Efe ao final do tête-à-tête.

"Trump começou a noite com força, mas chegou vacilando ao final, perdeu uma grande oportunidade para apertar ainda mais em uma corrida já muito difícil", destacou.

Segundo sua opinião, Hillary atuou de maneira deliberada ao esperar até o final para lembrar as graves afirmações do magnata contra as mulheres e as minorias.

"Esperou até o final da noite para soltar seu mais forte ataque contra a linguagem depreciativa de Trump contra mulheres e latinos. É provável que isto mobilize sua base de partidários para fazer um esforço e ir votar", acrescentou.

EFE   
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