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Igreja nos EUA é incendiada e pichada com "vote Trump"

2 nov 2016 - 23h32
(atualizado em 3/11/2016 às 07h37)
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Desconhecidos incendiaram uma igreja da comunidade negra em Greenville, em Mississippi (Estados Unidos), e pintaram com spray a mensagem "vote Trump" em uma de suas paredes externas, um ato condenado nessa quarta-feira pela campanha republicana.

"Isto tinha acontecido nos anos 50, nos anos 60, mas estamos em 2016 e não deveria mais acontecer", disse Errick Simmons, prefeito de Greenville, local com 76% da população negra, localizada no Delta do Mississippi e com um passado escravista ligado às plantações de algodão.

Os bombeiros disseram que o incêndio da última terça-feira foi criminoso e o chefe da Polícia de Greenville, Delando Wilson, explicou em entrevista coletiva que o fato está sendo investigado como "crime de ódio". "Percebemos a mensagem na igreja como intimidadora", afirmou.

Por se tratar de um crime de ódio, o FBI está colaborando com as autoridades locais e estaduais nesta investigação.

O templo incendiado, da Igreja Missionária Batista Hopewell, possui aproximadamente 200 fiéis.

"Esperamos que Deus nos permita construir outro templo neste mesmo lugar", disse o pastor da igreja, Carilyn Hudson.

Com esse propósito, os responsáveis pela igreja abriram hoje uma conta no site "GoFundMe", onde já arrecadaram mais de US$ 92 mil em doações nas primeiras dez horas, além dos US$ 10 mil que tinha sido proposto.

A campanha do candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, rejeitou "categoricamente" a ação na igreja incendiada.

"Estamos aliviados que ninguém tenha ficado ferido e pedimos que testemunhas com qualquer tipo de informação ajudem a levar os responsáveis para a Justiça", disse a campanha do republicano a partir de um comunicado.

Mike Pence, candidato republicano a vice-presidente, afirmou, por sua vez, que se trata um ato de "terrorismo político".

O incêndio de igrejas negras por "supremacias" brancas foi algo habitual no sul dos Estados Unidos na década de 1960, durante a luta do movimento pelos direitos civis, e durou até a década de 1990.

Precisamente hoje, um jornal ligado ao grupo racista Ku Klux Klan publicou um artigo elogiando o candidato republicano.

EFE   
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